26 de jul. de 2006

O céu está rosa. O dia foi quente. Lá fora, longe do ar condicionado e das persianas fechadas, deve estar aquele cheiro que eu gosto. Daqui a sete minutos, quando eu for embora, já vai estar azul, e aí eu não gosto mais.

:(

25 de jul. de 2006

Fico feliz de ver meus amigos comprando carro, recebendo telefonemas das imobiliárias.
Fico feliz porque têm celulares bacanas, e roupas que duram mais.

Luta interna pra sentir só felicidade (que é sincera) e não também inveja.

24 de jul. de 2006

Saldo do fim de semana:


3 caixas de morango + creme de leite = fuda feliz

1 lata de leite condensado + 2 bananas + ingredientes de brigadeiro = fuda um pouco mais gorda

1 passeio com a vovózinha por igrejinhas fofas no centro de São Paulo + 2 pulseirinhas de Nossa Senhora = fuda bem feliz mesmo!

1 ida ao mercado + muitos produtos light = promessa de fuda mais magrinha na sexta-feira

1 tio Lúcio + 1 livro de fotografia do litoral brasileiro = futura sala do apartamento da fuda mais feliz!


Humm... é, parece bom!


Ah!!! E antes que eu me esqueça!!! Na Papilivros (papelaria-livraria que fica na esquina da Paulista com a Brigadeiro) estão vendendo um livro de fotografias de São Paulo, da década de 20, de R$ 139,00 por R$ 49,00.Até eu que já tinha o livro comprei outro!
Pra quem ama essa cidadezinha linda como eu, é imperdível!(
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=3130675&sid=0015932248522267111700446&k5=30443DF4&uid=)

Derrubaram uma casa na Consolação.

Uma casa que nem tinha tanto charme de tão conservada, mas era uma casa.
Onde um dia moraram pessoas
Pessoas que moraram na Consolação, em uma casa.
Não em um prédio, galpão ou estacionamento.
Não em um bar, loja de lustre, escola ou biblioteca.
Não no cemitério:
Moravam numa casa, na Consolação.

E ela era espaçosa, bonita, com varanda.
E seus banheiros deviam ter louças brancas, antigas, com banheira enferrujada.
E um tanque de concreto grande nos fundos do quintal.
Na sala, um lindo lustre
E a escadaria, com belíssimo corrimão onde já se apoiaram tantas românticas mãos
Felizes, porque habitavam uma casa na Consolação.

23 de jul. de 2006



(5 mintuos depois)

P.S.: Pra quem leu o post anterior
Se meu vizinho continuar tocando a mesma maldita música no cavaquinho por mais cinco minutos eu vou explodir!

Bom, mas não é por isso que resolvi criar mais um post. Na verdade, foi pra dizer pra Ana Pan, minha amiga linda que está de férias, que eu ando sonhando muito com ela, pelo menos duas vezes por semana, e que não esqueci que disse a ela que ia responder um e-mail. É que eu achei melhor não escrever mesmo, e substituí-lo por uma longa conversa quando ela voltar. Fica aqui registrado meu convite: tomar um vinho quente e conversar um montão. É isso!
Ando com saudade do meu cabelo comprido e dos meus quilos a menos.
Ando com saudade do tempo em que acordava cedo no meu ap e preparava algo saudável pro café da manhã.
Ando com saudade do sol batendo forte na janela da minha sala depois do almoço, e de eu terminar de lavar a louça e ficar vendo o entardecer pela janela.

Ando com saudade do tempo em que não tinha dívidas, e que o futuro era longe o suficiente pra eu não precisar me desesperar por não ter um bom emprego, uma boa conta no banco, uma obrigação para com a vida.

Ando com saudade de viver, seja lá o que isso signifique.

Hoje queria ter ido ao mercado comprar iogurte natural. Queria ter colocado os textos da faculdade em ordem. Queria ter andado na bicicleta que eu não tenho. Queria até, ter lavado roupa na minúscula área de serviço que ainda não é minha, mas que já me espera, em algum prédio antigo e charmoso no centro da cidade.

Como diz minha amiga que não me conhece Alice Chebel, acho que estou na sala de espera da vida...

18 de jul. de 2006

MisterPlic!

Algo de vidro estilhaçou ao meu lado. Um grande estrondo. Quando dei por mim, estava com várias giletes de cristal inseridas no meu rosto. Puxava uma a uma, com as duas mãos, da orelha, da sobrancelha, da testa. Saíam sangrando, mas eu não sentia dor. E sempre havia uma mais a ser retirada...

Sonhei também com meu primo Vinícius, que havíamos feito uma vaquinha para dar de presente de aniversário a ele. Eu fiquei encarregada de colocar um bilhete de felicidades em uma das suas pastas, que ficava na sua mochila. Ele tinha vários escritos, muitos relacionados à religião, e também dois livros de biologia. Ele chegou enquanto eu mexia em suas coisas, com dois amigos. Tentamos distraí-lo enquanto eu terminava o recado, mas alguém que estava me ajudando acabou perdendo o bilhete...

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Porque quando eu ouço música, eu penso. E às terças e quintas, quando tenho oportunidade de ouvir rádio pela manhã, várias idéias brotam.

1) Gosto de músicas que criam expectativas, notas que vêm uma após a outra, decaindo, e depois, algo acontece, algo que era esperado, mas não sabido. Se tiver uma sobreposição de voz então, aí é perfeito! Isso dá vontade de sintonizar a música no rádio da vida, para que todos possam ouvir ao mesmo tempo; levantar os braços para cima e cantar o refrão, alto, lavando a alma, e sendo feliz.

2) São poucas as coisas que não podem ser desfeitas. Em geral, quase tudo o que é fruto da ação humana pode ser desfeito. Pode-se voltar atrás, ter segundas, terceiras e quartas chances. Assim, é possível desistir do casamento no altar, ou de um emprego na sala de RH enquanto se entrega os documentos. Mas na vida somos covardes. Não devíamos ser, porque no cinema, que imita a vida, as coisas sempre são melhores quando as pessoas têm coragem de seguir o que realmente querem. Exceto a morte e outros fatores maiores, é possível parar no meio do caminho, e mudar a trajetória. A dor que se causa quando se é sincero, é muito menor do que a dor de ser enganado por uma vida.

3) Depois do artigo que escrevi com o Érico, estou com uma vontade imensa de trabalhar, criar, me envolver, movimentar, acontecer, contagiar. Vontade de ler, produzir, superar, mobilizar as pessoas. Porque não importa se ganhamos só R$ 1200,00 por mês, passamos 4h por dia no trânsito, acordarmos às 4h20 da manhã e não temos ânimo para fazermos o que gostamos. Vamos criar outras coisas para gostar, cultivar plantas no trabalho e vê-las crescer todos os dias. Vamos dizer às pessoas que estão ao nosso redor o quanto estão bonitas hoje, como está bacana seu cabelo. Vamos dar presentes, fazer agrados, falar coisas agradáveis. Vamos criar uma rede harmônica e feliz, sem suspeitas, sem segundas intenções, sem falsidades. Vamos aprender a valorizar cada minuto, e não esperar os minutos do fim de semana, porque esses são uma parte muito pequena de nossas vidas.

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Ontem fui andar por aí com a minha irmã. Como sempre, passei na igreja da Consolação. Estavam com uma britadeira abrindo uma imensa cratera rumo ao Japão, no meio do pátio, entre os bancos. Agora sei como se sentem quando têm seus templos derrubados. É uma dor que lateja, que destroça as lembranças.

17 de jul. de 2006

12 de jul. de 2006

Freud, por favor! MissPlic!!!!

Na rua da minha avó, o dia virou noite. Pessoas correndo por toda a parte, uma chuva que vinha de lado. Era o fim do mundo. E era mesmo. Eu tinha acabado de estacionar a Paraty prata do meu tio em frente a casa da minha avó, e estava com as chaves na mão. Não o encontrava para devolver a chave. Todos da minha família se amontoavam nos carros para ir para Guarulhos. Gritavam para que eu fosse também, o quanto antes. O clima era de pavor, pânico total. Consegui perguntar a alguém na rua o que estava acontecendo, e muito rapidamente, fiquei sabendo que um sujeito, nos EUA, insultou um policial. Ele atirou, e em revolta, outros atiraram nele, e daí começou a briga que colocaria fim ao mundo todo em minutos. Fui procurar minha irmã pra ela ir comigo, mas ela estava com um cachorrinho no colo, não queria se desfazer dele. De repente, ele pulou do colo dela e saiu correndo. Estava desesperada. Ela saiu correndo atrás do cachorro, e isso podia custar nossas vidas. Finalmente o pegou. Conseguimos entrar na Paraty do meu tio. Tive dificuldade de colocar o cinto de segurança. O banco estava muito para trás, e não conseguia pisar na embreagem até o final. Talvez por isso, não conseguia dirigir. No meio da estrada, numa chuva terrível, e minha irmã gritando para eu ir mais rápido, eu ficava parada com o carro, todos me passando, porque eu não conseguia sair da primeira marcha. Acordei.

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Sonho 2:
O Carlos chevava e me dizia que, quando eu levantava a cabeça, ficava muito parecida com uma ex-namorada dele. "Não, é sério Silvinha. Fica igualzinha."

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Sonho 3:
Fiquei discutindo com a moça da padaria porque minha conta tinha dado R$ 1,98 e não R$ 1,70, como dá todos os dias. Depois descobri que tinha dado isso porque eu não tinha pedido um pão na chapa com chocolate pequeno, como sempre!

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Ontem, assistindo "Cidadão Brasileiro" na Record, chorei como há muito não fazia. Chorei muito mais por mim do que pelo Antônio Maciel, que perdeu tudo que tinha, inclusive a mulher que amava, e ainda contraiu uma dívida de 2,5 milhões. Chorei porque precisava, porque estava acumulado, porque tento não ver, dia após dia, essa lágrima depositar, mas ela fica.

E parece que não há mesmo muitos motivos bons. Uma perda se anuncia, breve, logo ali. Uma perda para o bem, que ainda que nunca perdida, vai partir. E eu já sinto tanta saudade...

10 de jul. de 2006

Sei que parecem idiotas as rotas que eu faço...

Roxo, violeta, lilás...
Qual o nome da cor surgida?
A cor do céu da cidade mais linda
Do dia que vi amanhecer?

Eu olhei o céu
No momento exato em que a criança
Lavou o seu pincel
No potinho de água do dia

Hoje amanheceu um dia escuro, europiano.
O céu carregado, de tom único, visto antes somente nas aulas de educação artística: cores primárias, cores secundárias.

Neste exato momento, o céu tinge tudo a seu abaixo. Tinge as pessoas, toda a raça, da cor cinza-azulada de seus pesares. É mágico o dia.

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Não sei o que é mais insano: o homem marginalizado, faminto, sujo, doente, gritando em frente ao Habib´s 24h da Ipiranga, ou a funcionária do Habib´s discutindo com ele: "O Sr. é bicha, não gosta de mulher não!!!!". Pior ainda, foi uma outra funcionária subir no segundo andar do prédio e, literalmente, jogar um balde de água fria no sujeito, que agora, além de homem marginalizado, faminto, sujo e doente, também será um homem molhado. Recebeu uma pré-lavagem antes da chuva que se seguiria, afinal, ele não terá mesmo onde se abrigar dela.
Se ao menos lhe entregasse o balde de água nas mãos e um Gessy... Mas quantos de nós fariam isso?
"Ela vai morrer! Ela vai morrer!" Foi tudo o que disse quando foi embora.

Sim, ela vai morrer, todos nós. E o que levamos dessa vida? Nada. Então, por que não sermos melhores pessoas enquanto há tempo? Por que não suavizarmos a existência própria, e do próximo?

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Pela primeira vez reparei que o relógio da Igreja da Consolação fica iluminado quando está escuro. Uma beleza! E ele marcava 6h17min!

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Uma frase solta: "Me obrigue a morrer, mas não me peça pra matar." H.G.

7 de jul. de 2006

Vamos comemorar o recomeço...










...dos velhos tempos.
Na TV, uma propaganda de não me lembro qual produto ou marca. A professora entra na sala de aula, e vê, um a um, seus alunos antigos. Relembra cenas já passadas. Todos se levantam e a aplaudem.
Fiquei imóvel com a caneca do Senac cheia de suco Tang de laranja com cenoura parada na boca. E desatei a chorar. Reguei todo meu cobertor e minhas lembranças. Porque os melhores momentos da vida, são vividos na escola, eu acho. E se não são, são esses os que melhor me fazem sentir.

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Voltei a sonhar com um lugar com o qual já havia sonhado. (esses pronomes são pra você Tatá, que sei que não gosta que eu "os" use)
É uma espécie de beco, escuro, úmido, meio nebuloso. fica na Rua São João, mas é outra. O piso de paralelepípedo, algumas pessoas começando a chegar, porque no meu sonho é sempre madrugada, quase dia. No desta noite, chegava com minha família. Havia uma espécie de escada, onde por debaixo dela, havia uma passagem escondida para um mosteiro, ou coisa assim. Entramos todos. A missa já havia terminado. Nos sentamos próximos ao altar, nas cadeiras reservadas para os sacerdotes. Minha mãe falava muito alto, pedi para que ela se calasse, mas um grupo de ums seis adolescentes atrapalhavam o ambiente. No instante seguinte, estávamos sós. O missa havia sido no meu quarto. Fiquei preocupada, porque havia deixado todas as minhas coisas lá, inclusive minha bolsa aberta com minha carteira à mostra. Medo de terem pegado meu dinheiro. Fui até a bolsa, dei uma olhada geral pelo quarto, e ele tinha a mesma configuração que tinha há muito tempo: as camas uma ao lado da outra, do lado oposto ao que estão hoje. Não tive tempo de checar o roubo. Acordei antes.

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O Walens me ligou a noite. Já estava dormindo. Me perguntou se havia lido o scrapt que estava no meu Orkut, e eu simplesmente não sabia o que era Orkut. Ele ficou nervoso, enquanto eu pedia pra ele me explicar o que era. Eu pensava, pensava, mas não conseguia dar forma à palavra. Até que uma imagem me veio à mente: "Ah, tá... é aquela coisa cheia de quadradinhos, não é? Que tem umas comunidades?" "É silvia!"

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O ambiente denso, sufocante, viciado. Pequenos espasmos de melhora. Falsos, fracassados.
Pequenas gotas de alegria. Destruídas, inconsoláveis.

2 de jul. de 2006

Eu te amo quando:
(Edson Marques)
- não preciso mais dizer te amo.
- te deixo partir ou ficar, conforme você queira.
- reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
- respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
- compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
- não te sufoco com chiliques ou pressões.
- ponho afeto e gostosura entre as nossas distâncias.
- me convenço de que o ciúme é o câncer do amor.
- te ajudo a ser mais livre do que era quando eu te conheci.

Quantos de nós de fato ama?
Quantos são dependentes, doentes?
Quem eu sou?

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...