27 de abr. de 2007

Houve um tempo em que, na contramão da normalidade, torcia pelas segundas-feiras. Contava os minutos arrastados dos sábados e domingos, pra voltar a reviver com o início de mais uma semana.
Passou, como passam ilusões, algumas delas.
Empurro agora o tempo, tento ajudar, insistir. Já não há sentido onde antes havia. Tudo se perdeu, e volta em conversas poucas sobre uma solução tecnológica qualquer.
É a história do olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Jogar fora o tempo, ou aproveitar o que ainda resta?

25 de abr. de 2007

18 de abr. de 2007

Você percebe que está virando gente grande quando:
- antes de chegar em casa, compra bifinhos
- tem que se queimar toda pra fritar o bife
- não lava a panela onde fritou o bife pensando na sopa que pode fazer nela no dia seguinte

(tirando o bife...)
- gasta parte da sua manhã tirando o lixo do cestinho
- compra adaptador de tomada para a máquina de lavar
- passa o almoço falando das vantagens do liquidificador com filtro

12 de abr. de 2007

Saí do copinho às 6h38
Peguei o ônibus às 6h43
Desci do ônibus às 6h52
Bati meu cartão às 7h03

Comparação rápida com a rotina até ontem:
Saía de casa às 5h10
Pegava o ônibus às 5h20
Descia do ônibus às 6h

Pega outro ônibus às 6h10
Descia do outro ônibus às 6h38
Batia meu cartão às 6h45


Sim, sim, alguma vantagem! Estou transbordante. Pra melhorar, vesti hoje uma blusa que roubei da Bruna, do Snoop. É vermelha de manga azul, e como eu nunca uso cor nenhuma - ou seria alguma - (a não ser branco, preto e verde) pareço mesmo mais alegre!

Chegou também minhas primeiras contas a pagar: condomínio, IPTU e despesas bancárias + conta de luz.

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E pode até parecer estranho, mas assim que entrei no Copinho o Gelinho, o Fogãozinho, a Lava-Lava e as Paelinhas me deram "Bom dia" em uníssono!

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Tenho o chaveiro de fuxico mais lindo do mundo!

11 de abr. de 2007

tataebifinho.setfocus
"Onde se ganha o pão não se come a carne"

A tatá é mesmo demais!

P.S.: não teria mesmo muita carne pra comer...
Agora estou feliz. A Tatá diz que é porque hoje estou vestida de "silvinha". Acho que é também, mas tem várias outras coisas. Consigo ver o cenário de playmobil que eu criei. Consigo perceber que nada é real. Começo, depois de 25 anos, a querer experimentar outra coisa que não trident de cereja. Me lanço pra vida, sem medo de macular a história. Estou encantada com minha incrível beleza, e com a de tantas (poucas, bem poucas) outras pessoas. Vínculo, elo de ligação. Como eu disse, essa fase de encantamento é muito boa. Estou lendo sobre psiquiatria. Voltei a usar pó compacto. Pequenas coisas, mas grandes. Agora estou feliz.


10 de abr. de 2007

Em 06/09/2005, eu escrevi:

"... queria tanto ter meu apartamento, e mesmo coisas pequenas... queria ter meus livros, meus CDs, queria poder me vestir melhor, cuidar mais de mim, mas não tenho condições... queria poder dar uma vida melhor pra minha mãe, ajudar minha irmã, cuidar do meu cachorro, e tudo o que faço é pagar minha maldita faculdade, ganhando menos do que um web-designer, e sem nenhuma perspectiva, nenhuma..."

Hoje, 10/04/2007, pouca coisa mudou. As pequenas coisas parecem maiores. Mas já não pago a faculdade. Pra parar e pensar.
Já não jogo mais peteca. O céu de injustiças ficou baixo demais. Os momentos felizes, ficaram pra depois.



Deixe que eu sinta teu corpo
Que eu beije teu corpo
Teus lábios de mel
Deixe que eu te abrace agora
Que a noite lá fora ficou pra depois

9 de abr. de 2007

Cabelos ainda molhados, chinelo. O minhocão, de feio, pode ser poético. Nos prédios germinados imagens talvez de nossa senhora, luz vermelha, luz verde. Estava no centro de tudo, que já posso chamar de meu. Sentar no banco cinza nunca teve aquele sabor.


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O jantar recém-feito do vizinho é sempre mais saboroso. O apartamento simetricamente oposto, também. É como olhar no espelho e não se saber imagem ou real.

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Minha fechadura tem 60 anos, logo, é de 1947 (precisei da calculadora pra fazer essa conta, claro). Isso é digno de orgulho trivial.

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Minha área de serviço tem compartimento para jogar lixo, que a gravidade se encarrega de levar até lá embaixo. P.S.: Pena que está lacrado :(

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Minha sala transforma qualquer pessoa em mosquitinho-de-verão: é impossível explanar o ambiente sem ficar vidrado na lâmpada branca.

3 de abr. de 2007

"Pessoa"

Apesar do tempo, não desisti de você. Tem coisas que nunca mudam, apesar de outras que mudam, e muito. Estou tentando me transformar numa pessoa melhor pra aceitar as diferenças e me reaproximar. Gostaria que também estivesse aberta pra mim...

Chaves da vida nova anunciada em mãos, como o coração. Sonhos recorrentes. Medos noturnos chegam rápido e parecem não sair; antes, de morte, agora, de abandono.

Tudo novo e movediço, pra mim, que sempre prezei o certo.

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...