31 de mai. de 2007

28 de mai. de 2007

"Confusão mental" não diz tudo o que isso pode fazer. Não exprime como alguém pode ter a vida desfeita, os sonhos colocados à prova, as covicções perdidas.

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Corpo, sexo, orgânico, dor, morte. Tudo junto em turbilhão. Emoções e náusea a confundir o pensamento, que já não pensa, sufoca. Vai-vem incessante de lágrima e apelo. Chamada no escuro, ao vento. Som ao longe, no cômodo vizinho, solidão. Ninguém vem. Já é não.

15 de mai. de 2007

sinto pesar suas dúvidas, como o pesar que vem delas.
confiança.
entrega.
Hoje, aproximadamente 30 unidades de um tempo qualquer nos avisa que chegou o dia. Dia após dia nos é anunciado tantos outros 30.
Portaria, boa vista, dois banheiros, reluzentes baixelas. Opções, variedade. Cadeiras, muitas. Outro mundo, outra cor. Bege. Meu laranja não tem preço. Meu pequeno faz-se grande, porque é sonho conquistado ao alcance da mão, e do pensamento. Faz o desejo que se revela. Mostra como é possível viver.





10 de mai. de 2007

antes queria sabonetes artesanais, flores e folhas secas com essência de anis na mesa da sala, pratos decorados pra comer as coisas simples, borrifar algo bom nas fronhas dos travesseiros.

mas aprendi que não há cheiro melhor que o nosso, e as melhores peças são as que deixam ver o outro lado sem pinturas, sem encobrimento.

você, minha peça rara.

9 de mai. de 2007

do teu peso sinto ainda o gosto amargo, exposto a ferro. das palavras, sérias ameaças. range o muro. geme e desespera.

7 de mai. de 2007

admiração por tudo o que você faz, e bem. encantamento pelas palavras e músicas traduzidas ao pé do ouvido. amo como nunca. já não há pesar.

4 de mai. de 2007

Saudade do cabelo comprido.
Saudade do cabelo curto.
As calças da foto já não servem mais.
A caneca quebrou.
A pulseira e a aliança não são mais usadas.
A sandália gastou.
O creme foi trocado.
Estou feliz.


Na cabeceira da cama há dois livros por ler. Ao lado da cabeceira, duas pessoas por viver.
Viver de amor.
Comprei um creme hidratante novo. No começo, me passou despercebido, mas então notei. Tinha cheiro de infância, um dos tantos. Foi preciso 10 segundos, e tudo voltou: minha Cerejinha.

A touca ficava um pouco amassada, e as folhas no cabelo um pouco amuadas. Era a menos querida e nem por isso deixou de me fazer feliz, quase vinte anos depois.

Revivo tudo. Os sentimentos quase sufocam.
Phebo

Criado pelos portugueses Mário Santiago e por seu primo Antonio como um sabonete transparente, escuro, à base de glicerina, para concorrer com o inglês Pear’s Soap, de grande aceitação na época. Chegaram a uma mistura que envolvia óleo de pau-rosa, da Amazônia, e mais 145 essências, incluindo sândalo, cravo-da-índia e canela de Madagascar. Deram-lhe o nome de Phebo, o mesmo do Deus do Sol da mitologia grega, que irradia calor e energia. De Portugal, o produto viajava para o Rio e São Paulo e custava cinco vezes mais caro que os outros sabonetes vendidos no Brasil, o que dificultava as vendas. Só deslanchou mesmo quando a antiga loja de departamento Mappin encomendou várias dúzias do produto. A partir daí, a Perfumaria Phebo teve grande sucesso, com variações como colônia e desodorante e, além do tradicional Odor de Rosas, lançaram outras fragrâncias, como Patchouly, Naturelle e Amazonian. Tudo com a mesma base do original. Em 1988, a Phebo foi vendida para o grupo internacional Procter & Gamble e, em 1998, para a Sara Lee Household & Bodycare do Brasil. Atualmente, os sabonetes Phebo são produzidos em Belém do Pará, pela Casa Granado, para a atual proprietária da marca, que mantém o produto, tipografia e embalagem praticamente inalterados.

(retirado de http://www.mofolandia.com.br/mofolandia_nova/cosmeticos_banho.htm)

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Eu nem precisava saber que o primeiro sabonete que eu comprei pro Copinho tem a mesma constituição que tinha nos anos 30. Todas as memórias estão lá, contidas, a desgastar a cada dia, e a perpetuar na história. Guardei a embalagem, quero colocar na parede. Certas coisas são inexplicáveis, e são pra vida toda. Mais que isso, são pra várias vidas.

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...