25 de fev. de 2008

Assisti novamente O Diabo veste Prada. E esse tipo de atrevimento quase não acontece na vida real. Porque na hora "h", na hora de decidir ir ou ficar, aceitar ou se rebelar, falar ou engolir, a gente esquece dos finais felizes dos filmes.
E tem coisa melhor do que ter um canto pra cuidar (claro que tem...)? E se nesse canto tiver assim, uma pessoinha pra vida inteira?
Chego em casa sempre com vontade de arrumar, às vezes porque precisa mesmo (a tal pessoinha não é lá tão organizada), e às vezes porque ele pede. O Copinho é cheio de caprichos e já faz um tempão que me fez uma listinha de reparos, acertos e mimos. E nessas horas eu penso que seria fácil-fácil ser dona de casa para limpar, cozer e coser, mas tudo com o carinho que só quem é eternamente apaixonada sabe como é.

22 de fev. de 2008

Ontem tive a prova concreta (aos outros, porque eu já sabia) de que as obras arquitetônicas têm alma. Andando pelo centro (com todas as conotações que isso pode ter), "ele" me seduziu, me chamou pra dentro. E foi inacreditável mesmo vendo somente o corredor de acesso aos elevadores. O cara da recepção não me deixou entrar pra ver, mas só de estar ali, embaixo dos lustres enormes e em frente a um monumento de espelhos e madeira, já foi mágico... Foi então que li na parede: "Martinelli" - o prédio mais fantástico da cidade que, vendo minha distração pela rua São Bento, me chamou pra dentro, mudou minha vida ali, naquele instante... Saindo, atravessei a rua, olhei pra cima e chorei, humilde diante da sua grandeza e perfeição. Carregada de história e magia.

E como explicar em palavras? Todas as lágrimas, sorrisos, todas as declarações de amor e despedidas, medos e anseios, tudo o que foi vivido ali e que está encravado nas paredes e mobília, envoltos pelo esquecimento cotidiano, ocultos aos olhos comuns... Mas eu sinto como força, que na aproximação vibra junto até alcançar o equilíbrio perfeito. Parte de um só.

Foi isso o que eu vi (no denotativo, claro):

















www.memoriabravobrasil.com.br/SaoPaulo.htm
http://picasaweb.google.com/tcornetti

21 de fev. de 2008

Por que será que quando tenho algo no caminho, atrapalhando um muito, eu não tiro logo e continuo sendo só feliz? Pode ser chata a retirada (ou chato tirar) mas resolve...

Quero pedrinhas a menos!

19 de fev. de 2008

Recentemente dois cheiros me fizeram chorar de imediato:

- latinha de Vick Vaporub que levamos pra viagem e que, assim que eu abri, me fez lembrar da que eu tinha quando era criança (mas eu chamava de viquivapupini)
- tipo um "anko-moti ao contrário", um docinho japonês feito de arroz com doce de azuki por fora

Eu insisto: tenho a melhor memória olfativa do mundo.
São trinta minutos para acordar e sair de casa. Neste meio tempo, entre encontrar uma roupa que não caia enquanto ando, passar a mão nos cabelos e pensar em algo pra comer, tem o mais importante que é o beijo de "até logo", dito em silêncio (nem sempre) com um encostar de rosto delicado e lacrimoso.
Hoje deu tempo ainda de olhar através e "por meio de". Até é incrível morar no altíssimo, mas morar por entre, como se fosse na casa da árvore, é ainda mais mágico, pela simplicidade.
Este é o canto para os agradecimentos, para os obrigadas e para a alegria de viver ao lado.

18 de fev. de 2008

Esse é o dele: http://picasaweb.google.com.br/runtem/Atacama

Considerações...

- esmaltes vermelhos lascam mais rápido
- cabeleireiros não têm noção do que significa "não cortar muito"
- gatos são os animais mais traiçoeiros
- eu preciso de uma chaleira e de um bule

-----

Ultimamente tenho selecionado muito os ônibus e sempre pego, de longe, o mais cheio deles.

-----

"Não adianta fungar. Não tenho medo de fungos!"

15 de fev. de 2008

Gosto de ter escrito isso. É das mais verdadeiras.

Do fluido das percepções, alguns vez ou outra sentem os respingos.
Eu tenho corpo e mente imersos.
Quando uma lembrança jamais vivida de sacada de prédio alto faz sorrir a alma triste.
13/02/2007
Estou me aventurando por coisas desconhecidas e achando tudo o máximo.

PicLens. Esse eu recomendo: https://addons.mozilla.org/en-US/firefox/addon/5579

Está tudo lá: http://picasaweb.google.com.br/silvia.fecorrea/Atacama
Podia ter tirado do congelador, aberto a caixa, tirado os plásticos, repousado sobre o recipiente e levado ao fogo. Abafado com tampa, espera e vira. Repete. Está no prato.
Além disso separei, piquei um outro, juntei um molho, outro ainda, mais outro. Fritei e coloquei por cima. Mais uma fatia. Depois esquenta. Enfeita o prato. Tira o elemento-surpresa pra complementar, arruma tudo. Serve. É meu jeito de dizer que te amo. É minha maneira de cuidar de você.

------

E coloca pasta. E separa sobre a cômoda a roupa que não usa.
Um imenso na escuridão. Sem paredes ou apoios. Sem objetos quaisquer. Céu intocável, chão frio e áspero. Nada em lugar algum, nem horizonte nem infinito. Só um cansaço mórbido e a vontade incontrolável de repousar no conforto dos teus braços. Adormeço em lágrimas.
Não é querer inverter o sexo, é pelo zelo...

Uma lista de coisas que eu faria, entre enfeitá-la de flores e levar agrados da rua. Eu a surpreenderia. Minha garota...

14 de fev. de 2008

I N C R Í V E L ! ! ! !

Janzinha falou desta música hoje e eu acho que orna colocá-la aqui.


Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo os teus bilhetes
Eu penso no que fiz
Cartas e fotografias
Gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

Infindavelmente, melhor.
As palavras brotam na boca e no teclado rápido, antes mesmo de serem pensadas ou significadas. Pesquisei o significado de etéreo: adj. Da natureza do éter: substância etérea. / Que tem o cheiro de éter. / Fig. Que tem algo de delicado, de aéreo, de muito puro: criatura etérea.

Etéreo deveria ser verde, porque tem três "es", mas eu vejo azul, talvez pela influência de "aéreo". As cores se misturam ao significado, o que em parte é ruim, porque invalida minha teoria das cores. Isso significa que em cada língua, independente das letras e números, a mesma coisa terá a mesma cor, porque se associa à coisa em si, e não ao seu grafema... De qualquer maneira, "etéreo" é uma palavra bonita, verde ou azul. E amor é vermelho, não tem jeito, porque "a" é vermelho e "o" é marrom. Então fica assim, um bordô forte, com degradê mais escuro nas pontas, em formato de coração simbólico. E felicidade é toda colorida, porque tem verde, azul e vermelho.
Fico pensando nas coisas que são eternas (queria ter escrito etéreas). Uso pela segunda vez uma blusa de viscolycra e a costura já está arrebentada, algumas partes começam a juntar bolinhas e há marcas visíveis do pregador de roupa dando um ar, como se diz, "luminoso" à minha roupa. Isso significa que Heleninha definitivamente não vai brincar de ser gente grande com esta blusa. Isso significa também que a filha da Heleninha não vai herdar esta blusa. E significa mais: que a neta da Heleninha não vai conseguir um troquinho com esta blusa num brechó do futuro. É triste, porque as coisas que perpassam pelo tempo levam consigo tudo: as cores, as pessoas, os cheiros, os acontecimentos, os sofridos e os sonhados. São assim a mobília. São assim os cristais e as construções. E deve ser tão surpreendente e melancólico ver sentar-se sobre você tantas pessoas, que envelhecem enquanto você envelhece calado, a observar as relações humanas e a brevidade da vida.

13 de fev. de 2008

De uns tempos pra cá o assunto quase sempre repete. Tão particular e tão explícito, porque desde então não há o que não seja esse viver. E é tanto querer bem, tanto encantamento, tanta entrega e aposta que o segundo plano fica sendo tudo, como se nada mais importasse.

12 de fev. de 2008

Tantas coisas pra falar da viagem, tantas imagens, reflexões posteriores - agora com tempo, fotos e recortes. Acho que o melhor de ir é voltar, ver de fora pra dentro, desviciar o olhar pra vida e pros momentos; é quando cada pequena coisa volta a ter valor, ou tem pela primeira vez.


O percurso do Copinho até o Senac é tão rápido que não dá pra ler nem três páginas do livro, mas andar com caderno de anotações faz toda a diferença (essa adversativa não parece ter lógica, mas é no sentido de usar bem o tempo).

-----

Odiar alguma coisa pode ser sinal de fuga. Detesto tudo o que me é inatingível. Ou que penso ser. Logo é?

"Consegue, inclusive, provar que vale a pena fazer algum sacrifício por amor ao estilo". (Jung, Tipos Psicológicos, sobre o tipo Sensação Extrovertido)

11 de fev. de 2008

Foi bom chegar em casa e ver que ela estava ali, tal qual a deixei, sem poeiras do deserto, nem água salgada. Que tinha plantas e que elas me esperaram da melhor maneira que conseguiram. Foi bom olhar para a geladeira e, principalmente, para nossa cama. Foi bom olhar pela janela e ver minha árvore ali, nos dando as boas-vindas.

-----

Mudei meu manjericão de lugar. Espalhei alguns vaporizadores pela casa. Preparei uma comidinha gostosa pra lembrar da nossa viagem. Jantamos à luz de velas. Teve declaração e agradecimento.
Não importa o cenário... nunca importará.

Tantas coisas se revelam quando muda o foco. Voltando hoje à rotina percebi uma série de mudanças... o "novo shopping Matarazzo" está muito mais imponente e ganhou traços modernosos na fachada. Tem uma casa sendo reformada e outra ao lado sendo vendida. Mais adiante, há uma entrada de comércio com um detalhe lindo em vidro, que eu nunca tinha visto. A cidade perdeu um pouco de vermelho. A bolsa que eu carrego é de couro e tem detalhes dourados. Minha mesa agora tem formigas (e é claro que elas não escalaram os quatro andares, eu as trouxe até aqui...). Cheguei e peguei voluntariamente uma caneca de água, para matar a sede mesmo...

De resto muita saudade para matar, muita coisa pra colocar em ordem. Abri rapidamente meu Outlook e me lembrei de projetos que já nem existiam mais na minha memória. Hoje o ano começa efetivamente. Hoje tudo começou pra melhor.

1 de fev. de 2008

Eu sei a hora certa de te fazer pedidos. Sei quando está nervoso e quando é melhor ficar em silêncio. Sei pegar nos seus pontos fracos. Sei seus horários, analógicos e vitais. Sei como te fazer acordar e dormir. Sei o que quer dizer quando dá as costas. Sei o que quer provocar quando se mexe na cama. Sei o que vai fazer quando leva as panelas e os pratos pra cozinha. Ou quando te perco nos corredores do supermercado. Eu sei seu mapa. Eu sei seu tempo. Eu sei que ele corre rápido, e é por isso que eu tenho pressa de você.
Árvore verde de primavera, mesmo no verão. Ao fundo prédio cinza, imensidão. Pouco espaço, janelas de fundo à vigia. A velhinha sobe dificultosamente as escadas. Ruas das mais sensitivas de São Paulo. Cheiro no ar. "Aquele". Poderia ser um 11 de Novembro. Tinha cor de. Tinha confusão de tristeza e felicidade. Mas na rua, era certo: melancolia.
Que lama!
Fuda no Atacama!
Atacando a lhama!
(da Tatá)














E chega de "ama". Todos ao meu amor!


------

12/02/2008

Haha!!!! E não é que eu "quase" ataquei as lhamas mesmo? Eram duas: Macarena e Rick Martin! Tá aí a prova:



Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...