11 de dez. de 2011

pra saber quem sou, revirem-me os livros, as voltas da escola, os pensamentos todos. voltem a fita que passava no espelho, as horas perdidas em frente. as desilusões, as ilusões. revirem as ilusões. e toda a dor de quem sofria aos trinta o que ainda eram os 13 aos 18.
eu pensei que, contrariando todas as expectativas e piores sonhos, poderia ser feliz. pensei que a felicidade saindo dos poros pudesse durar pra sempre, pudesse ser real. que importam os problemas do mundo, as desigualdades, os salários, a baixeza deles. que importa? importava mais não. porque pensei que, contrariando tudo que até então havia, seria, enfim, feliz. eu fui. fui, fui, e me perdi. e o não ter o que mais desejar se transformou em choros abafados no banheiro, imagens nunca vistas recriadas na memória. muito, muito sofrimento. tudo guardado o mais fundo possível, alheio aos olhos superficiais. lá, escondidos, fizerem o que bem quiseram. e tanto fizeram, que acharam a tal felicidade. despedaçaram-na. voltei a ser eu. às vezes, me deixo voltar a pensar, que poderia ser feliz.

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...