Uma chuva muito fina passa na janela. Algumas ficam. Nos apartamentos vizinhos é tudo solidão. A ausência da cortina me deixa exposta minhas mais profundas fraquezas. O coqueiro que balança ao vento não tem escolha. É ficar e amortecer. O vento. O mesmo que traz a chuva muito fina, leva parte da vida, sem escolha. Sem escolha.
Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
25 de set. de 2011
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