E foi que depois de tempos de tempestade combinaram, ela e o vento, que não haveria sequer brisa em seu jardim. Selaram pacto. Houve orvalho de lágrimas. Mas já na estação seguinte ele adentrou novamente sorrateiro pela fenda da janela. Revirou os vasos, quebrou-os todos, desperdiçou a terra (a mesma que recebeu o orvalho de outrora). E saiu, silencioso como entrou. "- Veja, as flores ainda estão intactas!". Como se fosse possível, ainda, manter a flor.
Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
18 de out. de 2017
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