Freud!!! MissPlic, missPlic!!!!
Estava num ponto de ônibus num bairro estranho, em que nunca estive. O ar estava meio amarelado, estilo filmes brasileiros antigos que mostram campos de futebol no subúrbio.
O ônibus demorava a chegar. Alguns meninos, do outro lado do muro, num terreno abandonado, jogavam pequenas pedras na rua. Uma delas pegou em mim. Fui até o muro. Havia um pequeno buraco quadrado, por onde via o menino do outro lado. "Você é retardado?" Plic! Outra pedra, nesta vez, na testa. Plic! Outra! "Você é um débil mental, sabia disso? É isso mesmo, um débil mental". Atravessei a rua. Um avião enorme ía caindo aos poucos, há mais um menos um quilômetro a frente, rodopiando, como nos desenhos animados. E caiu. Um barulho enorme, o chão treme. Vem outro, igual, e cai também. A Cacá aparece. Ninguém demonstra muito espanto. A Cacá diz que precisa sair de lá. Digo que estou indo para o Metro, se ela não quer ir também. Ela recebe uma ligação no celular. Diz que sua mãe a aconselhou a ir para uma região mais tranqüila da cidade, e por isso não ía comigo. Ela me diz que precisa pegar a linha 3 do Metro. Digo que a linha que vou pegar é exatamente a 3. E vamos. Chegando, o metro meio novaiorquino. E acaba.
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A Cris e o Tanga, muito feios, gordos. A Cris grávida, muito feia, com um batom roxo. O Tanga também. Penso que a lembrança que tinha deles é que eles eram muito bonitos. Essa imagem é meio esverdeada.
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Muitos ratos minúsculos entram pela porta da minha sala quando a abro, e vão correndo se esconder debaixo da cama da minha mãe. Eles são recém-nascidos de uma rata-gato. É enorme, e marrom. Minha mãe a pega, coloca numa forma de vidro, coloca duas bengalas de pão por cima, e começa, com um objeto não-identificado, a cortar a barriga dela. Sai coisas estranhas, uma espécie de farofa amarela e vermelha. Mais ratos, mais ratos. Não consigo controlá-los, tenho nojo de pisar sobre eles.
Fim!
Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
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