Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
30 de nov. de 2010
27 de nov. de 2010
Queria comprar muitos metros de tecido e fazer lençois, fronhas e toalhas de mesa novos. Saber fazer tudo isso. Queria enfeitar a casa toda com decoração de natal e encher o pé da árvore de presentes. Queria que tivesse amigo secreto entre eu, o Siger e os personagens que moram com a gente. Sakura e gerações espontâneas dariam ótimos presentes. Queria um montão de coisas. E ainda quero. Mas vou escrever mais um pouquinho da dissertação :(
14 de nov. de 2010
gosto da sensação da escassez e da dificuldade. e do que de criativo pode vir. brincava que morava na rua, que tinha um filho e passava necessidade. minha casa era atrás da porta, aberta até tocar o sofá. ficava uma área pequena, o chão frio, uma preocupação tão real. gosto de abrir a geladeira e ver nada. gosto de improvisar refeições que nem se percebe nascerem da falta. gosto também de suprir. no caminho pra casa penso o que fazer com cenoura, batata e cebola. uma sopa. farofa e batata cozida. refogado. arroz a grega. maionese. sempre o mesmo em suas variações. o excesso não faz ver.
sonhei que ela estava lá, mas sabia, como sempre, que já não estava. pensava que só sentiria de fato quando ela se fosse pela segunda vez. mas já era ausência. percebi que o olhar estava longe e as respostas não eram as de sempre. já havia sido. olhava com saudade a expressão de cansaço e pensava que tinha sido melhor. um conforto. mas agora que acordei, é como se o mundo estivesse todo errado, e não pudesse levar de nós as pessoas que mais amamos.
planejava acordar às 6h, mas atrasei duas horas. tomei banho justo. xícara de café com chocolate. pão próprio com coco e baunilha. lavei na sequência cada peça. me faz bem. nos últimos tempos aguardava a louça nunca auto-limpante. e pra quê? é melhor logo resolver, guardar, consertar. Lavar. aquilo em que se acredita de fato pesa, não passa, atrapalha. é o desalinho para o que tem toc. alinhar? queria que o mundo fosse 90 graus.
13 de nov. de 2010
11 de nov. de 2010
Das que fazem a gente querer só amar...
Adriana Calcanhotto
Composição: Arnaldo Antunes / Paulo Tatit / Alice Ruiz / João Bandeira
Se tudo pode acontecer
Se pode acontecer
Qualquer coisa
Um deserto florescer
Uma nuvem cheia não chover
Pode alguém aparecer
E acontecer de ser você
Um cometa vir ao chão
Um relâmpago na escuridão
E a gente caminhando
De mão dada
de qualquer maneira
Eu quero que esse momento
Dure a vida inteira
E além da vida
Ainda de manhã
No outro dia
Se for eu e você
Se assim acontecer
... a metáfora do mergulho (a invenção de uma língua dentro da língua).
Não mais o mergulho como busca da palavra justa, bela, precisa (o coral iluminado no fundo do mar), mas o momento em que a caça submarina se extravia e se converte em chapa, ácido, vidro moído, coral de vidro moído (a exploração de um barco naufragado).
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/il0711201005.htm
Tão lindo isso...
Não mais o mergulho como busca da palavra justa, bela, precisa (o coral iluminado no fundo do mar), mas o momento em que a caça submarina se extravia e se converte em chapa, ácido, vidro moído, coral de vidro moído (a exploração de um barco naufragado).
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/il0711201005.htm
Tão lindo isso...
entendo pouco de estilos ou grupos. entendo nada. mas me pergunto se, sozinhos no mundo, chapariam seus cabelos para parecerem mais deprimentes. ou se iriam se "arrumar ao contrário" para parecerem desarrumados. chocar. chocar a quem? a imagem é sempre para o outro. senão, usaríamos todos o mesmo modelo blue jeans, camiseta e quichute. mas não: temos que impressionar aos outros sob o pretexto de satisfazermos aos nossos próprios gostos, ideais e valores. falácia. somos todos pelos outros.
7 de nov. de 2010
5 de nov. de 2010
Sinto que se eu continuar no mesmo caminho, a Heleninha se irritará comigo porque não sei ligar a TV ou programar o microondas. Sinto que a equipe de produção vai me olhar como mais uma tiazinha mestre que não entende nada de tecnologia e pede coisas absurdas. Sinto que o mundo já não será para mim. Será mesmo que ninguém vai querer as bonecas que eu estou guardando?
Assinar:
Postagens (Atom)
Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...
-
admiração por tudo o que você faz, e bem. encantamento pelas palavras e músicas traduzidas ao pé do ouvido. amo como nunca. já não há pesar.
-
... a metáfora do mergulho (a invenção de uma língua dentro da língua). Não mais o mergulho como busca da palavra justa, bela, precisa (o c...
-
Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...