13 de mar. de 2006

Cheguei às 5:40, 19ºC. Só consegui entrar no ônibus às 6:05. Nesse meio tempo, fui bombardeada por deliciosas e cristalinas fumaças de cigarro de pessoas que não têm o menor respeito ao próximo. Sim, porque simplesmente ligam o "FODAM-SE" e começam a fumar onde quer que estejam. Importante perceber o "M": elas não ligam o "FODA-SE", como quem diz: "Tudo bem, fumar não é legal, mas eu não ligo". NÃO!!!!!! Elas ligam o "FODAMMMMMMM-SE", como quem diz: "Que se DANE que aqui ao meu redor tem um monte de gente que não gosta de cigarro, como aquela linda menininha fofa, com sua sainha laranja, sua camisa branquinha e cheirando a roupinha lavada pela mamãe, mais seu delicado perfume de pitanga, e seus escuros cabelos cheirando a camomila... eu quero que todo mundo, inclusive ela, se DANE MESMO, e fique o dia todo fedendo a cigarro como eu!!!!!" .

Isso me revolta! Com todo respeito não tão sincero assim aos fumantes, acho simplesmente um absurdo eu, que estou num lugar público (que subentende-se, seja de todos), tenha que me submeter a essas pessoas totalmente sem-noção. Porque se todo mundo resolvesse fazer o que bem entende, o mundo acabava! Se todo mundo resolvesse fazer o que desse na telha, a espécie humana entraria em extinção. Eu, se pudesse fazer o que estava com vontade, teria dado um chute na boca do cidadão fumante, o trancaria numa sala e injetaria nesta uma fumaça cancerígena qualquer, só pra ele ver como as pessoas se sentem quando o gostosão resolve se drogar em pleno ponto de ônibus!
Fiquei indignada, e termina aqui a sessão descarrego desta manhã...


Bom, mas tirando isso...

Hoje um indigente veio me pedir dinheiro (isso foi antes de eu ficar p. com os cigarros alheios). Normalmente, digo que não, mas dessa vez não deu... Ele chegou tão discreto, mal me olhava nos olhos, como se não quisesse me ofender com sua triste situação... Devia ter sido tão bonito, tão doce... Lhe dei todo o dinheiro pequeno que tinha, apenas quinze centavos, e isso me pareceu uma ofensa... Quando ele se foi, pensei que poderia ter dado um "Bom dia", junto com meu sorriso, mas não dei... Fiquei também pensando, que ele não era gente, era INDIgente. Se não era gente, o que era então?

Já que comecei de trás pro começo...

A primeira coisa que me ocorreu quando acordei às 4:20 foi pensar que as pessoas não têm opção. Elas estão a mercê do sistema, dos seus trabalhos, dos ônibus lotados, da pobreza, da luta constante, sem escolha. O homem e sua terrrível condição humana... como somos mesquinhos, como só pensamos em nós mesmos, como ainda somos animais, ainda mais que estes, que não são nem de longe individualistas como nós...
Por que? Até quando?

...

Quando cheguei no Senac minha plantinha predileta, a "Verdita", estava praticamente morta. Na sexta, quando saí daqui, ela estava linda, uma "mini-florestinha"... e hoje, acabou-se... Num dia, viva, no outro, morta.

Morte... a morte em vida.

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