Primeiro dia efetivo do ano, quando fica mais uma vez evidente que é só um dia depois do outro. E se você não parar pra pensar, nem vai perceber que é época de renovação e esperança.
O que eu queria mesmo agora, era ver essa chuva, que logo vai cair, do alto da minha casa, na vista cinza de amarelo atravessado, antes mesmo de acenderem as luzes em movimento. E estar na dúvida de em qual prato servir o jantar: se no branco com toalha azul, ou no colorido de toalha branca. Essas preocupações tão mundanas e inúteis de felicidade. Longe, muito longe, do peso das datas de inscrição, avaliação e entrega. Longe, mas muito longe mesmo, das tão profundas catástrofes desencadeadas por palavras.
Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
4 de jan. de 2010
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