29 de dez. de 2006

Hoje fui ao sebo procurar "O amor nos tempos do cólera", do Gabriel Garcia Márquez. Ainda que não soubesse a história, esse título brotou na minha cabeça. "Os livros escolhem seus leitores". Nunca mais vou me esquecer disso.
Não achei o livro e o vendedor me perguntou se eu gostava de Sidney Sheldon e Agatha Christie. Essas pequenas frustrações do dia-a-dia me matam um pouco de cada vez.
Ah, mas fiz algo grandioso. Joguei fora a materialização dos meus quatro anos de faculdade. Todas as xérox, folhas de fichário, pastas, provas, trabalhos. Joguei fora parte das minhas lembranças que já nem eram lembradas. Aliviei minha escrivaninha pra outros tantos papéis que serão jogados fora daqui há seis anos. Me desprendi de algo que não sinto falta. Um tempo meio triste e cinzento da minha vida. Me lembro de chorar muito. Me lembro de ser maltratada no trabalho, de levar muito tempo pra chegar em casa, e de chegar depois da meia noite. Mas lembro também dos amigos, que hoje só restam poucos, bem poucos. Dá pra contar em dois dedos, talvez um. Sim: um dedo. Esse é o retrato do que restou.
Mas teve uns textos que não tive coragem de deixar partir. Falam sobre inteligência artificial. "Podem as máquinas pensar?" Na época essa pergunta mexeu comigo. Hoje me pergunto se pode um ser humano não pensar. Tenho acreditado cada vez mais que sim.
Preguiça de tirar as fotos da máquina. Mais ainda de gravar no CD e mandar revelar. Preguiça de levar os cachorros pra passear, comprar coisas saudáveis pra almoçar. Nessa época do ano tudo é difícil e cada segundo pede ser bem aproveitado com total estado de inércia: permanecer, não se mover, só respirar.
Aproveito para ver as novas, ler um pouco, me divertir com as desgraças alheias, rir um pouco das minhas também. No fundo tudo é divertido.
Comecei a ler o livro que o Tanga me deu de aniversário: A imperatriz Orquídea. Fala sobre uma das dinastias da China. Passa-se (ou passam-se) centenas de anos, e algumas coisas só perdem o requinte. Continua tudo sendo um mar de orgulho e ostentação. Depois me perguntam por que eu não sou feliz. Oras! Porque o ser humano é um bicho imundo. Por isso.

22 de dez. de 2006

O Habib´s 24h da Ipiranga lavou hoje a calçada não com cândida, mas com o gozo de mil homens.
Sobre ontem...

... obrigada a todos que, de maneira sincera, me desejaram felicidades. Todos que ligaram, me deram um presente ou um sorriso. Cada um deve saber o quanto fiquei feliz, e meu sentimento eterno de amizade.

Rô, obrigada por ter me dado um pedacinho da sua história...

19 de dez. de 2006

Ah, e vai dizer que felicidade não é isso?!:

-tomar sorvete de coco
-ficar descalça no meio do trabalho
-rir, abraçar, cutucar, encher o saco de quem senta do lado
-não fazer nada o dia inteiro, pelo menos uma vez nos últimos meses

-comer ambrosia e cereja no almoço
-se olhar no reflexo do monitor e ver a si mesmo, rosto lavado e tranqüilidade no coração

Hoje eu nem precisava de mais nada. Só essas coisinhas já bastavam. Mas ainda tem mais, muito mais: é só remexer no lixo que vem mais motivo pra sorrir! É tããão divertido... Descobrir-se ratoux!
Je suis un petit ratoux.
Acordei hoje com uma felicidade súbita. Sensação de que joguei uma pá de cal sobre um defunto ainda vivo. Sei que não sou tão superior para matá-lo de vez, mas também não guardo rancor, para deixá-lo vivo. Deixo-o ali, longe dos olhos, mas com a sepultura à vista. No giro 360º, muito rapidamente, paro nela meu olhar. Mas há outros muitos graus para olhar, é o que importa. Talvez coloque uma violeta sobre sua grama. Troque as flores já murchas e amareladas. Talvez converse com ele e chore desesperadamente. Chorar sobre defunto vivo, é ruim. Mas é assim que eu sou: como se nada tivesse acontecido, como se não tivessem me contaminado com um vírus lento e doloroso que aos poucos corrói tudo de bom que tenho por dentro.
Tomo anti-depressivos. Tomo antibióticos. Tomo anti-realidade em cápsulas grandes, à seco. Analgésicos. Sei que uma hora vão perder o efeito, mas até lá, espero já ter crescido, e não mais precisar deles.

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Uma das coisas que mais me deixa feliz no mundo é o começo da música "Chove Chuva", do Biquíni Cavadão. É assim:
eh, eh, eh, eh
oh, oh, oh, oh
eh, eh, eh, eh, eh, eh, eh, eh (3x)

Eh, eh, eh, eh
Oh, oh, oh, oh
Eh, eh, eh, eh

Parece tolo, mas eu recomendo para quem tiver perdido as esperanças. Comigo, funciona!

14 de dez. de 2006

Como é ruim guardar a angústia, alimentar a raiva. Como dói a injustiça e como é triste abandonar um sonho.

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Relembrando o passado, alguns escritos soam tão bregas, tão fórmula pronta, junta, cola, tá pronto.
A gente muda e nem se dá conta.

Tão pequena e já sei foi
pra longe, inda ouço chamar
"Cananga"
Nas marcas, cicatrizes, coração.


13 de dez. de 2006

Nos sonhos algo sempre se revela. Fundem-se passado e presente num piscar de olhos, num abraço, num sorriso. Personagens ainda não conhecidos chegam e já são próximos. Age-se de maneira imprópria, faz-se o que não se faz. Recorrência a outros sonhos, lugares já imaginados mas ainda não vividos. Existem de fato? Num terminal no Rio de Janeiro, saindo do Morro Grande? Improvável, mas naquele ponto o Sol sempre brilha no mesmo tom, então só pode ser RJ. Na sala de aula, na PUC, primeiro ano, um filme sobre algo que não prestei atenção. Conversas paralelas, ida ao Ibirapuera. Depois, a volta pra casa. Cutucar as feridas, pisar, alfinetar com agulha de acupuntura - se sente. O acordar sempre penoso, resto de angústia pela consciência maltratada. Resto de algum fluido não incolor, que já tingiu pra sempre desta sensação estranha e incompreensível que se chama sonho.

6 de dez. de 2006

Machado já disse tudo

O centro hoje estava especialmente decadente. O círculo laranja ao fundo rosado, não se concretizou.

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Nada de novo. Só lamentos renovados, passados a limpo com letra de sempre. No quase fechamento, ainda aberta a ferida do desleixo e da indiferença. Marca seca deste tempo. No peito, as palavras remoídas, soltas. Solução perigosa de indignação e lágrima. Pesa o sentimento, definha. Na janela as flores já não florem. Dizem que planta sente. Já não há dúvida.

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Por que bonita se coxa? Por que coxa, se bonita?

28 de nov. de 2006

Vamos falar das coisas sem importância, sem grandes sacadas ou recortes mágicos, apenas a normalidade.

1) Aceito sugestões para um tema de monografia em Psicopedagogia. Precisa ser rápido, porque hoje é o último dia pra eu fazer.
2) Aceito convites para almoçar com pessoas bacanas, desde que a conta dê exatamente o mesmo valor em todas as comandas (por enquanto, só uma pessoa é capaz de fazer isso).
3) Hoje vou experimentar o novo Halls de melancia.
4) É muuito divertido jogar peteca depois do trabalho. Recomendo. Aliás, Sr.
Fernando Weno, você precisa participar hoje!!!!
5) Um espaço também para dizer que a Tatá e a Cacá são pessoas muito especiais na minha vida e nos últimos tempos têm me aturado muitíssimo.
6) Sem esquecer que nessa semana começa a segunda maratona "Um freela pode tirar sua sanidade mental".

Queria escrever algo inteligente como meu amigo "póstumo"
David, ou engraçadinho como a Tatá, mas minha tesoura está cega pra perfeição das coisas simples.

23 de nov. de 2006

O post de hoje se chama "Sendo materialista"

Quando eu tiver dinheiro, quero comprar:

- Todos os livros da Babette Cole
- O livro "A festa de Maria"
- O livro "Quando eu voltar a ser criança"
- Todos os brinquedos da loja "Trenzinho"

Ai ai... e quem disse que dinheiro não traz felicidade? Talvez não perpetue a felicidade, não torne o infeliz feliz de fato, porque a infelicidade pode ser de causa verdadeira, principalmente se for do coração, mas pode fazer feliz sim.
E deve ser muito bom poder ter dinheiro, pago em recompensa à competência, para poder se fazer um pouco mais feliz.

22 de nov. de 2006

O Senac não me deixa ver o preço de uma câmera Sony na Internet. Eis o motivo:


Esta página não pode ser exibida pois o seu conteúdo estáem desacordo com a política de segurança do SENAC São Paulo.
Razão:
A categoria "Mau gosto" esta filtrada.

21 de nov. de 2006

Sobre as propriedades físico-químicas dos alimentos e suas relações

A margarina, depois que derrete, volta a solidificar, mas fica esquisita.
O chocolate do tipo cobertura, depois que derrete, volta a solidificar, mas fica cheio de marcas.
A muçarela da pizza, depois que derrete, volta a solidificar, mas fica borrachuda.

Olhando pras coisas que foram, desforam e agora voltam a ser, as reconhecemos, e as aceitamos até, mas não são mais as mesmas. O reversível às vezes não se reverte.

Até que ponto vale a pena tentar reverter? Quando vai chegando o Natal, essas questões humanistas voltam a incomodar.

17 de nov. de 2006

Quisera eu, mulher que sou, poder amar de todo corpo uma mulher...


Soneto do Orfeu
São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida

E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher

Uma mulher que é feita de música
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeita

Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento,
Tão cheia de pudor que vive nua.

Não se pode ser opostos (ainda que se possa).
Se escolhe ser menina, desde que seja escolha imposta, então será um corpo vazio a sorrir, a fazer caras safadas, a fazer caras e bocas, sem conversas sérias, e sem mesmo a possibilidade de fazê-lo. Será sedutora pelo sorriso.
Mas se escolhe ser madura, então será também atraente, mas de uma intelecto-atraência. Já não transparecerá a libido da inocência desrespeitosa, nem dará risos safados, nem mais fará caras e bocas. Tuas cores serão pensadas. E teu gozo, será pelas palavras.
Essa menina...

13 de nov. de 2006

Comprei um Playmobil chamado "Mulher com galinhas". Foi difícil escolher entre esse e o homem pescando, mas... agora tenho um Playmobil só pra mim!

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Não acho que voltei a ser criança, mas o estou sendo pela primeira vez. Isso faz com que eu ocupe o tempo da minha fase de jovem adulto sendo criança, e quando for pra eu ser adulto mesmo, estarei sendo jovem adulta, e, conseqüentemente, não chegarei a ser idosa. Como ninguém me dá a idade que realmente tenho, então acho que está tudo muito dentro dos conformes!

8 de nov. de 2006

as fases só existem quando já passaram, ou quando estão por vir. no presente, só há um dia após o outro, mais nada

31 de out. de 2006

se alguém souber um número para o calendário e outro para o relógio, diga-me.
o esperar sufoca.

30 de out. de 2006

rô linda...

eu já disse antes e repito sempre que te adoro muito, assim, sem explicação, sem muitas palavras, mesmo de longe.


a felicidade que te desejo é verdadeira, e eterna.

E agora eu tenho uma bolsinha da Pucca!

26 de out. de 2006

Usando a metáfora da minha querida amiga que não me conhece Alice Chebel, a vida parece realmente estar como um saquinho de chá suspenso na xícara. Nada de soltar o substrato, ver tingir as cores. Nada de reviravoltas na água, turbulências. Tudo suspenso, à espera. A água logo ali, tão perto, mas não há mergulho. Não há mudança.

23 de out. de 2006

O cheiro de mendigo do ônibus não só entrou pelas narinas como também passeou por todo meu corpo até sair novamente por cada poro. Ele permanece. Está em toda parte.
Queria dar um banho de água e cidadania. Com colônia e educação.
Mas não posso sozinha. Posso somente me incomodar com o que exala somente da superfície, e também, como tantos, ignorar o mal cheiro que está dentro, que não se resolve com água e sabão.

- Fernanda, essa sua blusa está suja?
- Tá mãe, hoje no ônibus tinha um mendigo.

20 de out. de 2006

A Timba me ligou ontem perguntando se eu conhecia alguém que fizesse monografia. A primeira coisa que ela disse foi: "Não vai me xingar...".

Não julgar é algo que eu estou aprendendo. E está dando certo. Eu não recriminei, nem no telefone, nem dentro de mim.

Meu senso crítico afasta as pessoas de mim, ao mesmo tempo em que muitas delas só se aproximam por isso. É difícil dosar. E mais difícil ainda, é ter que viver na mesma matéria que só faz cobrar e apontar os erros, porque não há gesto espontâneo que também não tenha passado pelo mesmo filtro.


Acontece na padaria...

A morena reclamona reclamou do seu ex-companheiro, que era alcóolatra, coisa que ela não tolera. Por isso também reclamou do homem com problema na perna que só fala de cocaína e que hoje, foi assaltado. Ele queria saber onde tinha um poupatempo.A morena mandou o companheiro passear, mas deve cheirar a cachaça, porque parece que atrai gente assim. Só Deus pra dar jeito!
A morena reclamona também disse que essa história de pesar pão é um pecado. E a outra senhora disse que isso saiu caro, R$ 0,30 o pãozinho. Mas agora é lei. Sabe quanto é a multa se não fizer isso? Pois é, um horror! Vai ter que pesar, fazer o quê? Pior que vai complicar pro lado deles, o jeito é pesar o cliente quanto entra, e quanto sai.

Na quarta-feira...
- Me dá um café puro. Mas com água! (risos)
- O cara ontem não entendeu essa nossa brincadeira. Ele ficou bravo.
- Você tem açúcar doce? Isso aqui não é pó não, né? (risos) Isso aqui não é pra cheirar, não, né?

O homem com problema na perna também tem outros problemas. Mas me ofereceu lugar para sentar no balcão. Ele é carente.

19 de out. de 2006

“Quando a vida iluminou, a minha luz era você”

Sem comentários...


Cada Um, Cada Um (a Namoradeira)
Claudio Zoli


Foi bom te vêr

Saber que você é feliz
Impossível te esquecer
Lembrar você
Parece um dom
(...)

Foi um lindo amor
Pena não sobreviver
Quando a vida iluminou
A minha luz
Era você



A lua e Eu
Peninha


(...)
Mais um ano se passou
E nem sequer ouvi falar seu nome
(...)
Caminhando pela estrada
Eu olho em volta e só vejo pegadas
Mas não são as suas
(...)
O vento faz eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu
(...)

16 de out. de 2006

Nesse final de semana descobri algo que precisou realmente ser descoberto, eu não tinha como saber. A Felicidade não é um lugar. Não pode ser materializada numa vila ou numa cidade. Ela está em toda parte, desde que se tenha olhos para ela. Percebi, depois de tantos e tantos anos, que meu bairro pode ser bonito, pode ter árvores verdes, quitandinhas com alface e maçã, padaria perto com pão quentinho, vizinhos nos portões para dar bom-dia, cãezinhos a sorrir pelo caminho. E há tantos bairros, em tantas cidades... viaja-se por horas e já tem uma cidade. Pega-se novamente a estrada, anda, anda, anda, outra cidade. Mais um pouquinho, paga-se o pedágio, outra cidade. Caminha-se pelo mato, desbrava-se a montanha: outra cidade. E são várias, e todas têm mercadinhos, banquinhas de jornal com jornaleiro. E todas têm em vendedor de frutas e de pão a passar de porta em porta.

Eu poderia ser feliz no Monte Carmelo, agora, Jardim América. E em qualquer outra parte.

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O Melhor Vai Começar (Guilherme Arantes)


Eu quero o sol
ao despertar
brincando com a brisa
por entre as plantas
da varanda
em nossa casa
eu quero amar
é lógico
que o mundo não me odeia
Hoje eu sou mais romântico
que a lua cheia

Você mostrou pra mim
onde encontar assim
mais de um milhão
de motivos pra sonhar, enfim
e é tão gostoso ter
os pés no chão e ver
que o melhor da vida
vai começar.

11 de out. de 2006

















Depois deste delicioso almoço com a Tatuda eu já tenho:

- 4 apoios para panela
- 1 porta-chave
- 1 bonequinha grávida de cerâmica
- + 1 peso de papel pra minha coleção

Agora só estão faltando:
- 4 panelas
- algumas chaves
- 1 estante
- 1 mesinha de centro

E o mais importante:
- 1 apartamento para ter tudo isso dentro!

6 de out. de 2006

I´m so sorry...

why do you come here
when you know it makes things hard for me
(postando coisas de ontem)

O cheiro hoje é de outro tempo, ilocalizável. Por alguns poucos segundos, tudo volta, mas volta só o respirar, os olhos não acompanham. É o suficiente.

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Minha orientadora me perguntou quando eu comecei a ser tão articulada. Busquei, e também não encontrei.

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Sobre o chão, simplicidade, leveza. Se sustentar na ostentação é para os outros. Nada de saltos, bico fino. O sentimento de poder e domínio está dentro. Outras elevações me guiam.

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"Essa caixa merece guardar novamente um Converse. Recicle"

Está decidido: quando eu tiver uma parede, vou enquadrar uma caixa de AllStar. E de quebra, ainda lanço a campanha "Abaixo a reciclagem da nossa história".

28 de set. de 2006

Rap do elefantinho

O elefantinho não é mera coincidência
Ele é muito forte e cheio de resistência
Tem uma cordinha pendurada que lhe dá todo o charme
E lombinho de lantejoula que eu espero que agrade.

Foi comprado com carinho pra presentear minha amiguinha
Que apesar de muito alegre está ficando mais velhinha
Seus sonhos e metas eu espero que alcance
E para ajudá-la a conquistá-los, tô com ela nesses lance!

[Refrão:]
tô com ela nesses lance!
tô com ela nesses lance!


É isso aí, manô!
Feliz aniversário Tatuda!!!!!


Depois de passar pelo dia seguinte muito bem, obrigada, acho que voltei a ter algumas recaídas. O telefonema do XXXXX me gelou a espinha, nosso acordo então, quase me fez cometer suicídio, mas tudo bem, estamos aí.

Ontem recebi um e-mail da PUC. Eles aceitaram minha proposta para pagar a dívida. Fiquei feliz, porque finalmente vou me livrar disso, apesar de ficar mais pobre, e fiquei um pouco triste também, porque acho que eles teriam aceitado também se eu tivesse me oferecido pra pagar só 50 e não 60%, mas, novamente, tudo bem, vamos levando...

Voltei da minha orientação cheia de livros emprestados, elogios e esperanças. Passar pela guarita daquele prédio é entrar num mundo de conto de fadas, onde tudo é só felicidade e amor ao próximo. Quando volto pra trabalhar aqui, é como se eu estivesse novamente reinventando programas que convertem documento de textos em tabelas Access. É de novo tudo uma chatiação. Mas... ... não tem problema! O que importa é que ainda há chuveiros ultra-quentes de manhã, e caminha ortopédica no final do dia. Esses momentos já compensam alguns outros...

26 de set. de 2006

De modo algum eu quero dizer que ganhar mais dinheiro compensaria o sofrimento, mas quando eu penso que, ALÉM DE TUDO, eu ganho mil e seiscentos reais brutos (que no final, viram mil e duzentos), isso me deixa muito, muito infeliz, porque o reconhecimento dos amigos não compensa tantas outras faltas. Isso não realiza meus sonhos. Eu ainda acredito, ou pelo menos acreditava até uns três dias atrás, que tudo vale a pena, que é possível reverter o inevitável. Só que a cada dia, tudo parece mais distante, meus problemas, meus anseios, meus ideais, não importam pra quem deveria.

Assim como os dignos, eu quero ter uma família, quero vestir uma roupa de melhor qualidade, quero poder ter um azeite extra-virgem na minha salada. Porque pode até ser bonitinho usar uma sandália da Sandy que custa R$ 23,00, mas eu queria ter condições de usar uma Melissa, de R$ 100,00. Pode até ser uma questão de princípios ter um celular básico, que só faz e recebe chamadas, mas eu queria ter condições de comprar um que tira foto. Porque eu acho bacana encontrar promoções de saias no centro de Guarulhos por R$ 5,60, mas eu queria poder comprar outras mais bacanas.
Claro que tudo isso parece muito capitalista, mesquinho. Claro que eu não trabalho nem vivo por dinheiro. Claro um monte de coisas que todo mundo que me conhece sabe, mas há uma questão maior. Há minha auto-estima. Há minha dignidade. Há meus finais de semana sendo consumidos por freelas que eu faço pra tentar juntar um dinheiro a mais. Há meu descanso merecido por acordar tão cedo, e morar tão longe. Há muito. E ninguém se importa, pelo menos, não quem poderia mudar isso.

P.S.: Sim, eu posso virar o jogo, procurar outra coisa. Mas não é isso que está em jogo. Está em jogo a falta de reconhecimento, e isso dói.
Sobre a matemática das relações

O mundo é uma imensa análise combinatória, com infinitas possibilidades existentes. Só que na prática, não dá pra combinar todos com todos, mas alguns com alguns. Não há, sequer, a possibilidade de experimentar as diferentes combinações.
É uma lei da aceitação, ou da sorte, dependendo do lado.





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Se voltássemos a ganhar bons brinquedos, os aniversários voltariam a ter graça.

21 de set. de 2006

"Cor de rosa? É um vermelho, sabe? Mas muito devagar.

Esta resposta de um menino de cinco anos (...) caracteriza definitiva e maravilhosamente a criança: sensível e afetiva, ela é mil e um potenciais em desenvolvimento e isso quer dizer que ela está em movimento permanente e que este vir-a-ser contínuo manifesta-se naturalmente abrangendo todas as partes do seu ser.

[Não sei quem é o autor...]

Mas sei que faz parte de um texto que estou lendo pra pós, sobre primeira, segunda e terceira infância.

A explicação para a cor rosa também não é minha, mas poderia ter sido, porque é assim que estou me sentindo: maravilhosamente sensível e afetiva. Eu estou feliz. Eu vejo se descortinar um mundo de possibilidades. Eu vejo que voltei a viver. Quero recuperar antigas e sempre presentes (mas adormecidas) convicções. Eu quero melhorar o mundo, e nada melhor do que ajudar ao próximo, só pra começar.


É difícil abrir mão de tantas coisas, tantas experiências, mas a cada dia eu tenho menos medo, porque sinto que chegou o momento de mostrar a que eu vim


Eu estou feliz!


E hoje eu deixei um "bom dia" e uma flor. É só uma semente, que eu quero voltar a regar. A partir de agora, só coisas boas dentro de mim.



P.S.: Ontem vi num livro de símbolos, que a violeta é o símbolo da humildade.

15 de set. de 2006

Minha Fitônia ou Verdita

Todos os dias, quando chego no Senac e vou cuidar das minhas plantinhas, abro um sorriso especial ao entrar na sala onde fica minha predileta. Dou um sorriso comovido, cheio de lágrimas, e me aproximo numa expectativa de que ela esteja melhor, que sinta os meus cuidados e responda voltando a ser como antes. Já coloquei bastante água, pouca água, deixei na sombra, no sol, coloquei mais terra, e nada. A cada dia ela diminui um pouquinho, mas meu amor e carinho continuam os mesmos.

11 de set. de 2006

Estou feliz! Estou feliz!

Quero comemorar um desses momentos tão raros na minha vida, esses momentos tão efêmeros, antes que eles passem!

Só tenho uma coisa a dizer: obrigada pela cara limpa! Isso hoje me fez bem. É muito, muito mais fácil quando a gente pode ser a gente mesmo...
Meu novo objeto de desejo...

... é a nova sandalinha da Sandy! Hoje mesmo remendei com superbonder, pela décima vez, minha sandália da Sandy preta, de bico fino, a mais chique que eu tenho. Já estava triste, porque ela já atingiu o posto de "inusável".

Eis que, chegando em casa, eu vejo que a súper Sandy de pernas grossas lançou uma colação nova! Isso me deixou verdadeiramente feliz.
Penso que quando essas coisinhas sem importância perderem de fato a importância na minha vida, ou é porque eu cresci, ou é porque minha vida perdeu o encanto.

A todos que lêem esse blog eu desejo uma ótima semana!!!!!!!

Dias ensolarados (embora eu prefira os nublados) me dão vontade de compartilhar uma felicidade nascida das coisas mais simples, e por isso quero dizer que amo vocês! Sei que é meio filosófico demais isso, mas de verdade, não sei se estarei aqui amanhã, e não sei se os terei sempre comigo, por isso quero que saibam da importância que têm na minha vida, cada um a sua maneira.

É isso.
É chegada a hora de voltar à superfície, voltar a ter pés humanos, bem fixos no chão. É hora de tirar os óculos, a máscara, ver e respirar a realidade do lado de fora, tal como ela é. É hora de mudar a pele. É hora de deixar a vida suave e silenciosa e enfrentar tudo novamente. Mas já não somos os mesmos de quando mergulhamos. Estamos enriquecidos, estamos mais inteiros, estamos renovados. Ou não?
Há pérolas também na superfície. Cacemo-las!

Bom retorno, meu querido Sr. Escafandro!

10 de set. de 2006

Acabei de ouvir no Fantástico que Newton, quando tinha minha idade, 24 anos, descobriu coisas formidáveis, que mudaram para sempre o modo de compreender as leis físicas do mundo.
Isso me faz repensar uma coisa que sempre me intrigou: será que hoje as pessoas não são tão inteligentes como eram antes?
Bom, a mim parece óbvio que não se trata disso, afinal, descobrimos coisas novas a todo momento, e mesmo na antigüidade, apenas poucos eram “gênios”.
Mas uma questão que me chamou a atenção foi que, segundo um estudioso, Newton tinha um temperamento terrível, não sabia aceitar críticas, era solitário.
Eu particularmente, valorizo muito mais um bom coração do que uma mente brilhante. Acredito que os gênios são como todas as outras pessoas, como eu ou qualquer outra. O que os diferencia é uma combinação única de estímulos, fatos e compreensões de mundo que os moldam dessa maneira. Acho que se nos dedicarmos a algo com amor, com todas as forças, conseguiremos nos igualar a essas pessoas que têm esse “dom nato”. É uma questão de querer. Mas temos preguiça de pensar...
Teoricamente, ser uma pessoa humilde, digna e de caráter também é muito simples e ainda não envolve esforço, persistência ou dedicação. No entanto, é tão difícil de encontrar quanto um geniozinho perdido entre nós.

Penso que hoje em dia Newton teria muita dificuldade para conseguir emprego, e se conseguisse, seria difícil mantê-lo, porque sim, é importante ter inteligência, mas é fundamental saber se relacionar. É essencial saber trocar, dar e receber, criticar, mas também ouvir.
A ciência do relacionamento é a que forma verdadeiramente as melhores pessoas, aquelas que, independente dos títulos ou dos livros que leram, sabem, no dia-a-dia, mostrarem-se íntegros. É essa cientista que eu quero ser.

Sobre as inconstâncias

Se fossem outros tempos, nesse horário, 6h26, seria como trombetas anunciando um fim certo. Não mais, não hoje, ao menos. Olhando pela janela, do alto desse tão pequeno e imenso primeiro andar, posso imaginar as diversas cenas que acontecem paralelas em tantos outros pontos. Imagino um prédio com um bar no térreo, acendendo as luzes enquanto passa uma senhora levando seu cachorro pra passear. Imagino um cemitério, com a luz do sol esvaindo. Imagino muitas coisas. Coisas que ainda quero ver, quero sentir, quero registrar na memória efetiva, e não somente na memória imaginária.

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Tem certas coisas que mal passam e já deixam saudade. Tem certas pessoas que também. Esse mal passar pode ser só um instante, ou dias e anos afins.
Ando com saudade.

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Estou vivendo dias em que é impossível concluir um pensamento, postar algo com início, meio e fim, algo que tenha um objetivo certo, algo que fale com clareza sobre fatos ou pessoas. Desde a viagem ao Rio é como se ainda estivesse em órbita, como uma poeira leve e fina demais, se demorando no ar, até finalmente pousar. É assim que me sinto: vagando, sem jamais pousar. De repente, não há mais rotina, não há mais um porto, não há mais um consolo. Tudo está tão comum e distorcido, que não consigo me encontrar, não consigo me ver inserida novamente. É como um personagem de um livro qualquer, que sai para brincar e quando volta, vê que seu livro foi levado para muito longe e ele tem de continuar sem seu mundo, sem ninguém, em busca de uma outra história para viver.

8 de set. de 2006

Quando o invisível

se faz ver nas cores
se faz ouvir no ânimo
se faz sentir nos encantos
pelos cantos

É inútil não ver.

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Ando multiplamente dividida:
Entre a EaD e a escola real
Entre o abandono e a esperança
Entre a pobreza material e a riqueza interior
Entre os que valem, e os que não sabem valer.

Muitas dúvidas, muitas decepções, descobertas, mas muitas alegrias também. Pequenos tesouros que são descobertos logo ali, na baia ao lado, e também longe, perto do mar. Compensações, equilíbrios. Resignios.

6 de set. de 2006

Bom estar de volta. Bom rever os amigos e perceber que continuam seus, não importa por qual mundo se tenha andado.

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Ora desprezível, ora importante.
Ora o quê mesmo? Ora somente e tanto.

Para ver o Rio de Janeiro, é preciso em dois planos
O primeiro, que pode ser São Paulo ou qualquer outra (mas jamais será)
E o segundo, que é o Rio em si.
É preciso olhar por entre, olhar além
Porque ele se revela no caminho entre o agora e o através
E embora seja este último o que é dito
É o primeiro o que me encontra.

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Em dois dias muito mal aproveitados em Copacabana, presa num congresso internacional, aprendi que:

- Os cariocas falam mesmo de um jeito ridículo e forçado, mas isso pra eles é completamente normal.
- Um paulista não deve, em hipótese alguma, tentar atravessar a rua fora da faixa de pedestre.
- Os pombos cariocas são muito mais ousados do que os paulistas.
- Carioca come ovo frito no meio da pizza.
- As ruas da cidade são rings a céu aberto.
- Mais da metade das pessoas é estrangeira.
- Pode-se encontrar ex-alunos no elevador do Hotel.
- A energia elétrica só funciona à base de chave enfiada na parede.
- Melancia é watermelon.
- Eu posso usar o assento da poltrona do avião para flutuar.
- Em cima do céu é sempre sol.
- As atrizes de TV são pessoas normais do lado de fora. Ex.: Suzi Rego e Carolina Ferraz.
- Para tirar foto de castelos de areia, é preciso deixar R$ 2,00.
- Os cachorros usam roupinha de frio quando o termômetro marca 17ºC.
- O perfume de uma única mulher elegante pode perfumar para sempre um prédio inteiro.

- O idioma inglês tá dominando.

Augusto´s Copacabana Hotel
Rua Bolivar, nº 119 Copacabana

1 de set. de 2006

Essas palavras são só lágrimas de ressentimento, que eu preciso chorar pra não explodir, pra que não saiam por aí frases rancorosas e olhos vermelhos a se esconder.

Só 24 anos e a crença já desfalecida de que haverá ainda pelo caminho, mãos estendidas a oferecer água fresca, pra aliviar meu cansaço e recompensar minha caminhada.

É só por algumas (poucas) pessoas que ainda há sorriso e boas maneiras. Porque se não existe um julgamento, um juiz e uma sentença, e também se não existe justiça, por que eu ainda me anulo e aceito a vida que as pessoas dão pra mim?

30 de ago. de 2006

Se fosse você e já não eu
Soubesse eu o que quer que seja
Fosse, e não ainda sido
Seria tal como és.

Diria o já dito
Irremediável, incrível
E ainda diria mais.

Das formas, do encanto
Do sabê-la única, envolta
E de novo e ainda
Azul.
Snebarap arp êcov
Assen atad adireuq
Satium sedadicilef
Sotium sona ed adiv


Parabéns chefinho...
Que você ainda desfrute de muitos bolos de maçã!
(Como estilhaçar um óculos cor-de-rosa em três horas numa sala de primeira série)

Foi assim meu primeiro contato na escola onde estudei dos 7 aos 15 anos:

Aquele menino ali, foi jogado no lixo duas vezes: primeiro, pela mãe, foi pego por uma família, e jogado no lixo de novo. Hoje é cuidado por outra família
Aquele outro, estava no colo da mãe quando ela foi baleada.
Aquele outro, no ano passado, o pai dele saiu da cadeia pra passar o dia dos pais em casa, foi baleado e morreu. Ele chorou e tudo. Depois, outro dia, veio todo feliz me dizer que o pai dele, não era o que morreu, era o tio, o padrinho. Eu disse: que bom, né? Pelo menos seu pai não morreu.
Aquele outro disse que tem dia que chega muita droga na favela, que é o maior alvoroço, todo mundo fazendo papelote.

Já na sala:

Professora, o Joãozinho mandou eu tomar no rabo!
Bem-feito! Ontem vocês não estavam todos amiguinhos, in-love? Olha só o que você ganhou com isso!

Professora, o Josézinho cuspiu em mim.
Professora, o Josézinho colocou o pé pra mim cair.
Professora, o Josézinho me chutou.
Professora, o Josézinho me bateu.
Professora, o Josézinho pegou o estojo da Mariazinha.


Depois eu conto o resto.

28 de ago. de 2006

Tudo isso só pra mim!

Sorrisos! diz:
tô regando pouco minha florzinha...eu sei disso...mas vc continua no meu jardim...todos os dias eu passo por ele e vejo a flor fuda lá, que, mesmo sem eu regar, continua linda e perfumada...

realmente Quintana era o poeta das coisas simples (e sábias):

DA OBSERVAÇÃO

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

um presente...uma água pra minha flor
MissPlic

Sonhei que para uma pesquisa, precisa recolher diferentes amostras de sorrisos. Como não havia nenhum método, nenhuma regra, saía procurando as pessoas e recolhendo seus sorrisos, e nunca tinha o bastante, e pegava várias vezes o mesmo exemplar. Acordei no meio da noite consciente, dei um tempo para ver se o sonho ia embora, mas ao fechar os olhos, sonhava-o novamente.
Depois sonhei que brigava com minha mãe, na verdade, ela brigava comigo. Eu ficava encolhida na cama da minha avó, chorando.
Por fim, sonhei que comia arroz japonês num saquinho, e jogava por cima, uma espécie de comida de peixe num azul muito forte. Depois o arroz se transformou em soja sem sal, e com um haschi, eu comia, dava um pouco pra ana, pra ju e pra adrianinha.

Acordei passando mal, com vontade de vomitar e dor nos ossos. Pensei umas três vezes em não vir trabalhar, mas não seria justo com as outras pessoas. No caminho, pisei numa pedrinha e isso me doeu na alma. Acho que sou incapaz de abrir um vidro de maionese. Dói tudo.

Se eu pudesse fazer um pedido hoje, pra um ente superior, eu pediria pra não ter que acordar às 4h20. Pediria pra poder amanhecer com o dia, me aquecer junto com o sol, a cada manhã.

26 de ago. de 2006

O olhar de cada pessoa para o mundo é único. É como nunca saber se o verde visto pelos outros é o mesmo que vemos. Ver por outros olhos é a única maneira de viver a vida plenamente, vê-la de outros ângulos, ainda que nunca em sua totalidade.

Por isso ame, se apaixone, diversas vezes, por tantos ou pelo mesmo. Veja por entre as várias janelas, espie por entre as frestas. Sempre haverá os felizes e de bom coração. Sempre haverá as almas únicas.


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A música... sempre ela, sempre fazendo saudar o não vivido.
(Save a Prayer - Duran Duran
The Boy with the Thorn in His Side - The Smiths
Tainted Love - Soft Cell)

22 de ago. de 2006

Pra pensar no tempo...

Hoje passei um perfume antigo: 10 anos atrás eu ganhava de dia dos namorados o cheiro a Glauce. E até hoje, é o cheiro dela que eu sinto, quando chegava na minha casa para irmos à escola. Minha grande amiga, que adquiriu o título de "melhor" já há 12 anos, desde que tínhamos 12 anos. Metade da minha vida já, e ano que vem, mais que isso.

Ainda sobre o tempo, a estranheza de ouvir alguém dizer seus 29, 30 anos e achar demais, como se eu estivesse muito longe disso, e já está aí.

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Refiz meu currículo. Uma (me recuso a escrever "um") dó de tirar coisas já sem importância, porque pra mim se fazem importantes. Uma angústia sim, de tirar as coisas. As coisas são eu, são o que eu sou, o que me fizeram, tudo é tão fundamental, tão , tão, e ainda faltam tantas, faltam os brinquedos, os dias no parque, com os primos, na escola, os professores, os livros, os perfumes, tudo faz sentido e não pode ser deixado de lado. Mas isso não importa. O que vale são os nomes. O que vale são os títulos. O que vale, mais uma vez, é o que se mostra, e fica pra trás tantas outras, mais importantes...

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O Sr. Escafandro, em uma viagem longa ao fundo do mar, se perdeu. Algum elo que o liga à superfície está se esvaindo. Eu quero salvá-lo, eu preciso...

21 de ago. de 2006

Ontem, no metro, voltando da festa da Nossa Senhora Achiropita, havia um homem pálido, passando muito mal. Contrariando os funcionários do metro e alguns passageiros, não queria ser levado ao hospital. Ele mostrava os braços, cada um com uma mancha rocha, e dizia: "Olha o que fizeram comigo, olha! Eu prefiro morrer aqui dentro, do que voltar pra lá". Na saída, no terminal Tucuruvi, mal se agüentava, e foi ajudado por uma moça a subir as escadas.
Naquele momento, vendo o quão frágil somos, vendo o que nos espera daqui há 50 anos, vendo o que passam essas pessoas, pensei na vida: como super-valorizamos coisas tão pequenas, tão ridiculamente pequenas. Senti vergonha de me importar com o que as pessoas pensam, com as picuinhas, com os joguinhos de vaidade, com as infantilidades. Senti vergonha por ajudar a alimentar a falsidade, e por alguns instantes, resolvi ser eu mesma a partir de segunda-feira, poder dizer "vai se foder" quando eu bem tiver vontade, dar as costas, deixar falando, rir na cara, ridicularizar toda essa gente que se acha tanto, e que não é nada.
Hoje é segunda-feira, e eu não vou fazer nada disso, mas sim, algo mudou. E eu vou lutar para que permaneça, porque é algo em que eu acredito.

15 de ago. de 2006

E de repente uma ponta de felicidade instantânea: sai uma aula mais cedo na PUC e nem me preocupei em perder uma aula pela qual paguei caro. O Minhocão estava livre, e cheguei em casa muito rápido: só uma hora e meia!!!!

Tomei uma limonada estupidamente gelada e comi bolo de cenoura. De noite, fiz sopa de legumes com pimenta do reino.

Assistindo "Cidadão Brasileiro", uma vontade louca de acumular capital, comprar, vender, fazer investimentos, ganhar dinheiro, ganhar a vida. Vontade de progredir, ânimo para um próximo dia.

Apesar da noite mal dormida, dos sonhos horríveis que eu já esqueci, um lindo dia começou. Hoje cedo, li matérias de jornal e blogs inteligentes. Com chinelinho de cangaço e cheiro de madeira, estou estranhamente feliz.

Hoje vou ler, ler muito, estudar. Quero saber tudo, participar de tudo. Quero viver, deixar esse dia marcado na memória. Viver.

E viva minha felicidade!!!

14 de ago. de 2006

Essas são todas as moranguinhos que eu tive, mais o balancinho, a casinha e a confeitaria. Graças a tudo isso, hoje eu sou quem sou.

13 de ago. de 2006

Cada dia mais eu sinto a angústia, o aperto no peito, a vontade de chorar. Cada vez mais intermitente, mais constante, a dor, a vontade de parar tudo, de não querer seguir adiante, e não ter que fazer escolhas, de se deixar levar inconsciente.

É esse o pior momento da minha vida. A hora de colher os pequenos frutos, sentir seu gosto amargo, e descobrir que se errou.
E parece que está tudo em paz no reino das cinco Marias, com direito a promessas de trabalho até o fim do ano e boas risadas durante o dia...

Que tudo seja assim, que consigamos cada dia mais, cultivar a felicidade, porque a vida por si só, já se encarrega de foder com tudo. A gente não precisa contribuir ainda mais.


Amo vocês, minhas meninas lindas...
Às vezes eu acho que nunca vai acontecer de uma velhinha solitária e simpática me vir (é assim mesmo ou é "ver"?) passando na calçada e resolver me doar sua casa antiga na lapa, só porque seus filhos e netos não lhe dão a mínima bola e eu tenho cara de que cuidaria muito bem do seu lar... é, é difícil mesmo uma coisa dessas acontecer, mas eu não perco as esperanças...

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Hoje fiquei pensando quais serão meus sonhos depois que eu já estiver instalada no meu apartamento lindo no centro... o que será que eu vou querer? No que vou pensar todos os dias antes de dormir?

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Sim, virou uma obsessão.

10 de ago. de 2006

MissPlic

Paramos em frente à casa de uma atriz que iria nos receber para uma entrevista. Ela era de origem humilde, muito simples ainda, apesar da fama. Era uma casa antiga, pintada de verde escuro, três andares, uma escadaria fina e irregular que levava ao alto. Ela desceu com um cachorro, e eu, olhando para o alto, vendo a casa, chorava desesperadamente, porque não tinha uma, porque queria ter uma casa para morar no centro, uma casa antiga, como aquela, ou muito menor do que aquela, e isso estava muito, muito longe de mim, porque eu ganhava mal, muito mal, e jamais conseguiria.

Depois saí correndo, seguindo uma amiga, por um lugar muito, muito, muito grande, escuro, com algumas colunas. Eu não conseguia alcancá-la. Era uma espécie de museu, mas estava vazio. Uma madre veio ao nosso encontro, dizer que não podíamos estar ali. Ela nos levou para uma lojinha, e perguntou meu nome e meu endereço. Ela pediu à vendedora um papel especial, onde os escreveria para uma espécie de proteção para mim. Enquanto isso, com mais duas colegas, escolhia, dentre muitos, o incenso do meu signo. Quando encontrei, não gostei, e escolhi um outro.

Fim.

8 de ago. de 2006

Acorda, come, trabalha, come, dorme, acorda, come, trabalha, come, dorme, acorda, já não come, trabalha, dorme, acorda, trabalha, come, trabalha, dorme, acorda, só trabalha e não dorme, trabalha, trabalha, dorme.

E tudo novamente, e de novo, tudo igual.

1 de ago. de 2006

Quando seu superior diz meio literalmente-meio mimicamente que você tem merda na cabeça, é hora de fazer alguma coisa, seja ela o que for.

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Tem farpas que a gente pode até não ver, mas elas estão lá. Quando se está mais distraído, se nota a pequena e incômoda dor...

:(

26 de jul. de 2006

O céu está rosa. O dia foi quente. Lá fora, longe do ar condicionado e das persianas fechadas, deve estar aquele cheiro que eu gosto. Daqui a sete minutos, quando eu for embora, já vai estar azul, e aí eu não gosto mais.

:(

25 de jul. de 2006

Fico feliz de ver meus amigos comprando carro, recebendo telefonemas das imobiliárias.
Fico feliz porque têm celulares bacanas, e roupas que duram mais.

Luta interna pra sentir só felicidade (que é sincera) e não também inveja.

24 de jul. de 2006

Saldo do fim de semana:


3 caixas de morango + creme de leite = fuda feliz

1 lata de leite condensado + 2 bananas + ingredientes de brigadeiro = fuda um pouco mais gorda

1 passeio com a vovózinha por igrejinhas fofas no centro de São Paulo + 2 pulseirinhas de Nossa Senhora = fuda bem feliz mesmo!

1 ida ao mercado + muitos produtos light = promessa de fuda mais magrinha na sexta-feira

1 tio Lúcio + 1 livro de fotografia do litoral brasileiro = futura sala do apartamento da fuda mais feliz!


Humm... é, parece bom!


Ah!!! E antes que eu me esqueça!!! Na Papilivros (papelaria-livraria que fica na esquina da Paulista com a Brigadeiro) estão vendendo um livro de fotografias de São Paulo, da década de 20, de R$ 139,00 por R$ 49,00.Até eu que já tinha o livro comprei outro!
Pra quem ama essa cidadezinha linda como eu, é imperdível!(
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=3130675&sid=0015932248522267111700446&k5=30443DF4&uid=)

Derrubaram uma casa na Consolação.

Uma casa que nem tinha tanto charme de tão conservada, mas era uma casa.
Onde um dia moraram pessoas
Pessoas que moraram na Consolação, em uma casa.
Não em um prédio, galpão ou estacionamento.
Não em um bar, loja de lustre, escola ou biblioteca.
Não no cemitério:
Moravam numa casa, na Consolação.

E ela era espaçosa, bonita, com varanda.
E seus banheiros deviam ter louças brancas, antigas, com banheira enferrujada.
E um tanque de concreto grande nos fundos do quintal.
Na sala, um lindo lustre
E a escadaria, com belíssimo corrimão onde já se apoiaram tantas românticas mãos
Felizes, porque habitavam uma casa na Consolação.

23 de jul. de 2006



(5 mintuos depois)

P.S.: Pra quem leu o post anterior
Se meu vizinho continuar tocando a mesma maldita música no cavaquinho por mais cinco minutos eu vou explodir!

Bom, mas não é por isso que resolvi criar mais um post. Na verdade, foi pra dizer pra Ana Pan, minha amiga linda que está de férias, que eu ando sonhando muito com ela, pelo menos duas vezes por semana, e que não esqueci que disse a ela que ia responder um e-mail. É que eu achei melhor não escrever mesmo, e substituí-lo por uma longa conversa quando ela voltar. Fica aqui registrado meu convite: tomar um vinho quente e conversar um montão. É isso!
Ando com saudade do meu cabelo comprido e dos meus quilos a menos.
Ando com saudade do tempo em que acordava cedo no meu ap e preparava algo saudável pro café da manhã.
Ando com saudade do sol batendo forte na janela da minha sala depois do almoço, e de eu terminar de lavar a louça e ficar vendo o entardecer pela janela.

Ando com saudade do tempo em que não tinha dívidas, e que o futuro era longe o suficiente pra eu não precisar me desesperar por não ter um bom emprego, uma boa conta no banco, uma obrigação para com a vida.

Ando com saudade de viver, seja lá o que isso signifique.

Hoje queria ter ido ao mercado comprar iogurte natural. Queria ter colocado os textos da faculdade em ordem. Queria ter andado na bicicleta que eu não tenho. Queria até, ter lavado roupa na minúscula área de serviço que ainda não é minha, mas que já me espera, em algum prédio antigo e charmoso no centro da cidade.

Como diz minha amiga que não me conhece Alice Chebel, acho que estou na sala de espera da vida...

18 de jul. de 2006

MisterPlic!

Algo de vidro estilhaçou ao meu lado. Um grande estrondo. Quando dei por mim, estava com várias giletes de cristal inseridas no meu rosto. Puxava uma a uma, com as duas mãos, da orelha, da sobrancelha, da testa. Saíam sangrando, mas eu não sentia dor. E sempre havia uma mais a ser retirada...

Sonhei também com meu primo Vinícius, que havíamos feito uma vaquinha para dar de presente de aniversário a ele. Eu fiquei encarregada de colocar um bilhete de felicidades em uma das suas pastas, que ficava na sua mochila. Ele tinha vários escritos, muitos relacionados à religião, e também dois livros de biologia. Ele chegou enquanto eu mexia em suas coisas, com dois amigos. Tentamos distraí-lo enquanto eu terminava o recado, mas alguém que estava me ajudando acabou perdendo o bilhete...

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Porque quando eu ouço música, eu penso. E às terças e quintas, quando tenho oportunidade de ouvir rádio pela manhã, várias idéias brotam.

1) Gosto de músicas que criam expectativas, notas que vêm uma após a outra, decaindo, e depois, algo acontece, algo que era esperado, mas não sabido. Se tiver uma sobreposição de voz então, aí é perfeito! Isso dá vontade de sintonizar a música no rádio da vida, para que todos possam ouvir ao mesmo tempo; levantar os braços para cima e cantar o refrão, alto, lavando a alma, e sendo feliz.

2) São poucas as coisas que não podem ser desfeitas. Em geral, quase tudo o que é fruto da ação humana pode ser desfeito. Pode-se voltar atrás, ter segundas, terceiras e quartas chances. Assim, é possível desistir do casamento no altar, ou de um emprego na sala de RH enquanto se entrega os documentos. Mas na vida somos covardes. Não devíamos ser, porque no cinema, que imita a vida, as coisas sempre são melhores quando as pessoas têm coragem de seguir o que realmente querem. Exceto a morte e outros fatores maiores, é possível parar no meio do caminho, e mudar a trajetória. A dor que se causa quando se é sincero, é muito menor do que a dor de ser enganado por uma vida.

3) Depois do artigo que escrevi com o Érico, estou com uma vontade imensa de trabalhar, criar, me envolver, movimentar, acontecer, contagiar. Vontade de ler, produzir, superar, mobilizar as pessoas. Porque não importa se ganhamos só R$ 1200,00 por mês, passamos 4h por dia no trânsito, acordarmos às 4h20 da manhã e não temos ânimo para fazermos o que gostamos. Vamos criar outras coisas para gostar, cultivar plantas no trabalho e vê-las crescer todos os dias. Vamos dizer às pessoas que estão ao nosso redor o quanto estão bonitas hoje, como está bacana seu cabelo. Vamos dar presentes, fazer agrados, falar coisas agradáveis. Vamos criar uma rede harmônica e feliz, sem suspeitas, sem segundas intenções, sem falsidades. Vamos aprender a valorizar cada minuto, e não esperar os minutos do fim de semana, porque esses são uma parte muito pequena de nossas vidas.

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Ontem fui andar por aí com a minha irmã. Como sempre, passei na igreja da Consolação. Estavam com uma britadeira abrindo uma imensa cratera rumo ao Japão, no meio do pátio, entre os bancos. Agora sei como se sentem quando têm seus templos derrubados. É uma dor que lateja, que destroça as lembranças.

17 de jul. de 2006

12 de jul. de 2006

Freud, por favor! MissPlic!!!!

Na rua da minha avó, o dia virou noite. Pessoas correndo por toda a parte, uma chuva que vinha de lado. Era o fim do mundo. E era mesmo. Eu tinha acabado de estacionar a Paraty prata do meu tio em frente a casa da minha avó, e estava com as chaves na mão. Não o encontrava para devolver a chave. Todos da minha família se amontoavam nos carros para ir para Guarulhos. Gritavam para que eu fosse também, o quanto antes. O clima era de pavor, pânico total. Consegui perguntar a alguém na rua o que estava acontecendo, e muito rapidamente, fiquei sabendo que um sujeito, nos EUA, insultou um policial. Ele atirou, e em revolta, outros atiraram nele, e daí começou a briga que colocaria fim ao mundo todo em minutos. Fui procurar minha irmã pra ela ir comigo, mas ela estava com um cachorrinho no colo, não queria se desfazer dele. De repente, ele pulou do colo dela e saiu correndo. Estava desesperada. Ela saiu correndo atrás do cachorro, e isso podia custar nossas vidas. Finalmente o pegou. Conseguimos entrar na Paraty do meu tio. Tive dificuldade de colocar o cinto de segurança. O banco estava muito para trás, e não conseguia pisar na embreagem até o final. Talvez por isso, não conseguia dirigir. No meio da estrada, numa chuva terrível, e minha irmã gritando para eu ir mais rápido, eu ficava parada com o carro, todos me passando, porque eu não conseguia sair da primeira marcha. Acordei.

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Sonho 2:
O Carlos chevava e me dizia que, quando eu levantava a cabeça, ficava muito parecida com uma ex-namorada dele. "Não, é sério Silvinha. Fica igualzinha."

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Sonho 3:
Fiquei discutindo com a moça da padaria porque minha conta tinha dado R$ 1,98 e não R$ 1,70, como dá todos os dias. Depois descobri que tinha dado isso porque eu não tinha pedido um pão na chapa com chocolate pequeno, como sempre!

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Ontem, assistindo "Cidadão Brasileiro" na Record, chorei como há muito não fazia. Chorei muito mais por mim do que pelo Antônio Maciel, que perdeu tudo que tinha, inclusive a mulher que amava, e ainda contraiu uma dívida de 2,5 milhões. Chorei porque precisava, porque estava acumulado, porque tento não ver, dia após dia, essa lágrima depositar, mas ela fica.

E parece que não há mesmo muitos motivos bons. Uma perda se anuncia, breve, logo ali. Uma perda para o bem, que ainda que nunca perdida, vai partir. E eu já sinto tanta saudade...

10 de jul. de 2006

Sei que parecem idiotas as rotas que eu faço...

Roxo, violeta, lilás...
Qual o nome da cor surgida?
A cor do céu da cidade mais linda
Do dia que vi amanhecer?

Eu olhei o céu
No momento exato em que a criança
Lavou o seu pincel
No potinho de água do dia

Hoje amanheceu um dia escuro, europiano.
O céu carregado, de tom único, visto antes somente nas aulas de educação artística: cores primárias, cores secundárias.

Neste exato momento, o céu tinge tudo a seu abaixo. Tinge as pessoas, toda a raça, da cor cinza-azulada de seus pesares. É mágico o dia.

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Não sei o que é mais insano: o homem marginalizado, faminto, sujo, doente, gritando em frente ao Habib´s 24h da Ipiranga, ou a funcionária do Habib´s discutindo com ele: "O Sr. é bicha, não gosta de mulher não!!!!". Pior ainda, foi uma outra funcionária subir no segundo andar do prédio e, literalmente, jogar um balde de água fria no sujeito, que agora, além de homem marginalizado, faminto, sujo e doente, também será um homem molhado. Recebeu uma pré-lavagem antes da chuva que se seguiria, afinal, ele não terá mesmo onde se abrigar dela.
Se ao menos lhe entregasse o balde de água nas mãos e um Gessy... Mas quantos de nós fariam isso?
"Ela vai morrer! Ela vai morrer!" Foi tudo o que disse quando foi embora.

Sim, ela vai morrer, todos nós. E o que levamos dessa vida? Nada. Então, por que não sermos melhores pessoas enquanto há tempo? Por que não suavizarmos a existência própria, e do próximo?

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Pela primeira vez reparei que o relógio da Igreja da Consolação fica iluminado quando está escuro. Uma beleza! E ele marcava 6h17min!

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Uma frase solta: "Me obrigue a morrer, mas não me peça pra matar." H.G.

7 de jul. de 2006

Vamos comemorar o recomeço...










...dos velhos tempos.
Na TV, uma propaganda de não me lembro qual produto ou marca. A professora entra na sala de aula, e vê, um a um, seus alunos antigos. Relembra cenas já passadas. Todos se levantam e a aplaudem.
Fiquei imóvel com a caneca do Senac cheia de suco Tang de laranja com cenoura parada na boca. E desatei a chorar. Reguei todo meu cobertor e minhas lembranças. Porque os melhores momentos da vida, são vividos na escola, eu acho. E se não são, são esses os que melhor me fazem sentir.

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Voltei a sonhar com um lugar com o qual já havia sonhado. (esses pronomes são pra você Tatá, que sei que não gosta que eu "os" use)
É uma espécie de beco, escuro, úmido, meio nebuloso. fica na Rua São João, mas é outra. O piso de paralelepípedo, algumas pessoas começando a chegar, porque no meu sonho é sempre madrugada, quase dia. No desta noite, chegava com minha família. Havia uma espécie de escada, onde por debaixo dela, havia uma passagem escondida para um mosteiro, ou coisa assim. Entramos todos. A missa já havia terminado. Nos sentamos próximos ao altar, nas cadeiras reservadas para os sacerdotes. Minha mãe falava muito alto, pedi para que ela se calasse, mas um grupo de ums seis adolescentes atrapalhavam o ambiente. No instante seguinte, estávamos sós. O missa havia sido no meu quarto. Fiquei preocupada, porque havia deixado todas as minhas coisas lá, inclusive minha bolsa aberta com minha carteira à mostra. Medo de terem pegado meu dinheiro. Fui até a bolsa, dei uma olhada geral pelo quarto, e ele tinha a mesma configuração que tinha há muito tempo: as camas uma ao lado da outra, do lado oposto ao que estão hoje. Não tive tempo de checar o roubo. Acordei antes.

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O Walens me ligou a noite. Já estava dormindo. Me perguntou se havia lido o scrapt que estava no meu Orkut, e eu simplesmente não sabia o que era Orkut. Ele ficou nervoso, enquanto eu pedia pra ele me explicar o que era. Eu pensava, pensava, mas não conseguia dar forma à palavra. Até que uma imagem me veio à mente: "Ah, tá... é aquela coisa cheia de quadradinhos, não é? Que tem umas comunidades?" "É silvia!"

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O ambiente denso, sufocante, viciado. Pequenos espasmos de melhora. Falsos, fracassados.
Pequenas gotas de alegria. Destruídas, inconsoláveis.

2 de jul. de 2006

Eu te amo quando:
(Edson Marques)
- não preciso mais dizer te amo.
- te deixo partir ou ficar, conforme você queira.
- reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
- respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
- compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
- não te sufoco com chiliques ou pressões.
- ponho afeto e gostosura entre as nossas distâncias.
- me convenço de que o ciúme é o câncer do amor.
- te ajudo a ser mais livre do que era quando eu te conheci.

Quantos de nós de fato ama?
Quantos são dependentes, doentes?
Quem eu sou?

30 de jun. de 2006

Hoje é o grande dia: a entrega do trabalho final. Depois disso: férias!
Tempo para pensar, colocar as idéias em dia, ler, sair, dormir. Tempo também de não ter mais desculpa para deixar as coisas como estão. Está difícil saber o que esperar do dia seguinte. Difícil saber o que quero pra minha vida. Angustiante saber que, quando não se sabe o que se quer, não se chega a lugar nenhum. Preciso querer algo o quanto antes.

Minha cabeça dói, pulsa. Admiro os doentes crônicos, porque qualquer dor física, por menor que seja, me derruba. No entanto, começo a preferi-las às dores do coração, porque essas, não só derrubam, mas são degenerativas. Nunca se volta igual.















P.S.: hoje vou pegar "Alice no País das Maravilhas". Livro inédito para mim. Se bem me conheço, em breve esse espaço estará repleto de pensamentos advindos dessa leitura.

25 de jun. de 2006

Tinha um cãozinho morto, duro, com as duas patinhas da frente amputadas, só os toquinhos. Eu peguei o cachorro com uma mão só, e o arrastei por um tempo. Os toquinhos das patas, no contato com o chão, faziam o barulho de papel de alumínio sendo arranhado na parede. Joguei o cachorro num canto, no chão. De repente percebi um movimento. Olhei nos seus olhos. Ele estava vivo! Estava totalmente imóvel, exceto por seus olhos que se mexiam pra mim, como se a vida estivesse presa àquele corpo mutilado. Fiquei um tempo com ele, fazendo carinho, meio receosa que ele pudesse me morder. Imaginei que pudesse sentir dor.

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Ando vendo fotos estranhas no Orkut. Gente muito estranha. Até que ponto chega o exibicionismo...

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Lendo os blogs do David e da Ligia me dá uma inveja tão boa... A resposta para algumas perguntas internas.

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...