28 de fev. de 2007

Hoje talvez eu tenha visto o céu mais lindo da minha vida. E eram dois, um estava refletido.

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Vim ouvindo Diana Ross. Um dos segredos da paixão é o mistério.

26 de fev. de 2007

Hoje as avenidas estavam com plaquinhas novas, de fundo branco. Não sei se gostei.

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O cheiro estava idêntico ao daquelas manhãs em que se acorda cedo para ir a uma consulta médica, e se chega ao local antes do sol começar a esquentar. Era exatamente assim: sombrio, frio e matinal.
Há, chutando baixo, 60 modelos diferentes de toalha de banho disponíveis atualmente no mercado.


23 de fev. de 2007

Janaina acorda todo dia às quatro e meia
E já na hora de ir pra cama, Janaina pensa
Que o dia não passou
Que nada aconteceu
(Biquini Cavadão)

Pobre Janaina. Não aproveita a vida. E todos se aproveitam dela.

22 de fev. de 2007

Eu adoraria ganhar 174 docinhos. 174 sainhas. 174 all star. 174 xicrinhas. 174 pesos de papel.

Eu adoraria ganhar felicidade e realização travestida em números. Por enquanto, ela está estampada em uma moeda de 174 cents.

16 de fev. de 2007

Cheguei no Senac feliz, transbordante. Tomei café fazendo menos careta. Dei risadas sinceras de coisas que antes me fariam sair. No fundo, é aquela risada exagerada que termina em lágrima.

15 de fev. de 2007

vidrinho
cisquinho
estrelinha longínqua
são todos tão pequenininhos.
tão grande é sua luz na escuridão.

Álbum de família (que a gente escolhe)









Detesto de morte essa música "ciranda de bailarina".

Só uma parte se salva, porque do resto, sou bailarina.

Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem
Depois de tantos e tantos anos, finalmente tenho um Leite de Aveia Davene. Esperei muito por isso, pra ter o cheiro da minha tia quando eu ía brincar com os brinquedos do meu primo rico. Ele tinha um robô na sala, e nem se dava conta. Num dia ela me deu uma revista de atividades da Disney, acho. Sei que tinha capa azul, e o Vinícius era muito pequeno pra entender. Ele tinha rabiscado umas páginas. Fiquei feliz. Tanto quanto ficaria hoje, se ganhasse algo pra colorir ou pra ligar os pontos. Tinha um carpete. Tinha uma caixa de brinquedos. E a cozinha um pouco triste, com os pisos e azulejos num tom amarelo-alaranjado. Ela na pia, eu, entrando e saindo, vendo de fundo a casa da minha vó, com a luz da cozinha acesa, mas todos na sala, assistindo a novela e o jornal. Cair de noite. Vozes do coral da igreja vizinha. Sempre tudo igual, até hoje. Mas agora, o cheiro de Aveia também está em mim. Eu levo tudo isso pra onde quer que eu vá.

13 de fev. de 2007

Se no intervalo desta volta fosse percebido que tudo é um constante acabar. Que nada sobra, senão lembranças.
Se tudo pudesse ser feito em cada tempo, jamais desperdiçado.
E fosse finalmente compreendido que daqui, nem mesmo as lembranças que sobram se leva.
Do fluido das percepções, alguns vez ou outra sentem os respingos.
Eu tenho corpo e mente imersos.
Quando uma lembrança jamais vivida de sacada de prédio alto faz sorrir a alma triste.
Descobri que, quando mastigo, minha mandíbula faz movimentos no sentido anti-horário (se eu estiver me vendo no espelho) e horário (pra quem está me vendo de frente). Já tinha parado pra pensar nisso antes, mas muito vagamente. Acho que a pricípio, se eu tivesse que animar um bonequinho 3D pra mastigar, faria movimentos só de cima pra baixo, e não circulares. Agora já sei como funciona.


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Algumas pessoas estão tentando abrir meus olhos pra vida. Não sei o quanto estão certas de acharem que estão fechados, ou o quanto estou errada de ainda não ter percebido isso, ou ainda, o quanto estou errada por, sabendo que estão fechados, insistir para dormir mais um pouco.


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Mulher linda é outra coisa...

9 de fev. de 2007

Jeans desbotado, sandália de elástico, blusa cinza céu. Café, canção, amigos. E tudo volta a tonalizar, até o cinza vira cor. De tudo é o que importa. Amo.

8 de fev. de 2007

Depois de ler os códigos me deu vontade de chorar. Eu era uma, hoje sou outra. Eu vestia um tipo de roupa, ouvia um tipo de música, gostava de um tanto de coisas. O que foi que ficou? Além do externo, como me identificar?
Deixei pra trás tanta coisa. Tanta função, variável, query, que eu sabia fazer e hoje não sei mais. Tanto tempo dedicado. Tantas linhas escritas após um " ' " . F5 pra rodar, Ctrl + F5 pra ir linha a linha, F4 pras propriedades. E cria módulo, faz função, muda as bibliotecas. E confere no banco, tira os espaços das strings, roda de novo. Tudo isso já não existe mais. Hoje sou incapaz de fazer uma consulta aninhada. Hoje, já não lembro a sintaxe correta de um Insert, e demoro pra lembrar qual a função que retorna a posição de um determinado valor numa string. Acho que é InStr. Daqui há vinte anos, não terei dificuldade pra fazer o que faço hoje, porque o que eu faço, qualquer um pode fazer. Não precisa decorar nada, nem saber sintaxe. Não adianta consultar o Google, nem tem o que perguntar pra ninguém. Às vezes me sinto menor, porque minha função é qualquer coisa. Mas aí lembro que o bom senso não se aprende, nem se copia. Não é algo que possa ser debugado e corrigido. Ou se tem, ou não.

Dim dbBanco as Database
Dim rsTabela as Recordset

Set dbBanco = OpenDatabase(app.path & "\banco.mdb")
Set rsTabela = dbBanco.OpendRecordset("Tabela",dbOpenTable)

rsTabela.index = "iCodigo"
rsTabela.seek "=", val(txtCodigo.text)

If not rsTabela.noMatch then
txtNome.text = rsTabela("Nome")
txtEndereco.text = rsTabela("Endereco")
txtTelefone.text = rsTabela("Telefone")
Else
msgbox "Nenhum registro foi encontrado", vbExclamation
Endif

rsTabela.Close
Set dbBanco = Nothing

7 de fev. de 2007

Coisas ruins não engordam. Ex.: legumes, verduras.
Coisas boas, engordam. Ex.: doces, massas, frituras.
Coisas muuuuuuuuito boas não engordam. Único ex.: Toddynho beirando o congelamento assim que você chega no Senac!

6 de fev. de 2007

O incômodo persiste, insiste, como a dor. Ela é direta, às claras. Ele parece pouco, implicante, dissimula. Com ela é difícil conviver. Com ele se vive muito, menos a cada vez.Ele corrói, deixa marca. Ela também.Talvez não haja diferença. Talvez um contenha o outro.A dor incomoda, e o incômodo faz doer.
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O que me incomoda fere de morte aquilo em que eu acredito.
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Passei parte da manhã com os pés molhados de chuva. Disso parei e pensei.

2 de fev. de 2007

A Penha é mesmo um bairro-sachê. Ontem, estava uma mistura de cheiro de rio fético com pólvora, que eu adoro muito. Quando entra se acomoda rápido, é expansivo, mas calmo. Tem cor cinza-arroxeada e se aloca no espaço de um cubo mobiliado.

1 de fev. de 2007

Hoje acordei com a garganta ruim e com o nariz escorrendo. Comi pão na chapa com polenguinho e tomei um chocolate quente. Bati papo. Salvei arquivos no computador. Mandei e-mails. Participei de uma discussão sobre repositórios de objetos de aprendizagem, Blackboard, fórum, e-mail, processos, formulários. Fiz depilação. Comi macarrão com carninha. Bati papo. Tomei café (humpf). Calculei número de laudas. Participei de uma reunião sobre NR-13. Discuti de novo sobre objetos de aprendizagem. Solicitei um formulário de preenchimento de metadados. Vi e olhei muito, com e sem óculos. Cansei minhas vistas. Tomei remédio sem ácido acetilsalicílico mas não adiantou. Passei muito calor. Passei um pouco de nervoso.
Tudo isso durou (e ainda dura) umas 11 horas já. Ainda falta 1 pra eu ir embora. Acho coisa demais 12 horas de trabalho. Tirando isso, sobram 3 horas que gastarei no translado. 6 horas de sono. 1 de banho. 2 para almoço e janta. A saída é tentar transformar meu trabalho em prazer. Hoje deu certo. Mas também cansei.
Quando era criança teve um brinquedo que eu não pude ter. Minha mãe até chegou a entrar na loja e perguntar o preço, mas estava fora das nossas possibilidades. Minha vizinha rica tinha, mas já tinha enjoado. Quando eu ia na casa dela, ficava insistindo pra ela brincar comigo, até a mãe dela tirar o brinquedo do fundo do guarda-roupa e dar pra eu brincar. Ela não deixava, porque era dela.
Ontem, 17 anos depois, eu ganhei meu restaurante do McDonald´s. E odeiei, porque não é nada parecido com aquele. Mas eu realizei um sonho, ou melhor, realizaram pra mim :)

É por isso que eu o amo tanto...

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...