6 de dez. de 2007

Friday, January 19, 2007

Já cedo se apaixonou pela menina de cheiro da cor das unhas vermelhas. Por seus movimentos suaves mas precisos. Por sua maneira natural de fechar os olhos ao ouvir música. Ela, que mesmo de olhos fechados, sentiu o perfume das bancas de flores e os abriu por mera diplomacia, pois já as sabia ali. Ela, que se desculpou por esbarrar na planta, e sorriu para a própria sombra, que de tão exausta, amanheceu pura.

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Sinto falta dessa menina apaixonada por si e pela vida. Sinto falta do escrever codificado, que de tão, já não se lê. Sinto falta, não saudade. Felicidade pelas conquistas todas e digo: a maior delas foi não seguir adiante.

5 de dez. de 2007


deixe estar
que fique como está, sono pela manhã, cansaço à noite
que deixe chás pela casa, jornais pelo banheiro
sapatos na sala
que deixe tudo em toda parte, notas, cupons
que use vermelho, que use tênis feio
que use o que quer que seja
que demore o tempo que for
seja apenas e pra sempre meu amor

23 de nov. de 2007

Tudo começou assim:

... eu me lembrei que desde que me mudei ainda não tinha feito as dezenas de gelatinas e pudins que trouxe da casa da minha mãe, então pensei: "Por que não fazer?"

Peguei o pudim de chocolate, misturei os ingredientes, levei ao fogo e, pra aproveitar minha disposição culinária (que ultimamente anda bem ausente) resolvi fazer também uma gelatina de framboesa.

Aí pensei: "Se eu misturar os dois, o que acontece?".
Fiz a seguinte conta:

d (densidade) = m (massa) / v (volume)
, então:

Se ambos (pudim e gelatina) têm o mesmo volume (500 ml) e a massa do pudim é maior (vinha mais no saquinho e eu fiz com leite), então a gelatina era menos densa, logo, ficaria por cima do pudim.

Resultado:
coloquei a gelatina por baixo, o pudim por cima, a gelatina subiu, o pudim ficou com resquícios de gelatina e o resultado visual foi espetacular. Quanto ao gosto... bem, o que dizer de uma sobremesa diet que tem cerca de 20 Kcal a porção?

18 de nov. de 2007

EU DESCOBRI!!!!!!!!!!

Se você sempre quis saber o porquê de os prédios de mais de dois andares (digo mais de dois andares porque o meu tem esse número e não tem cheiro de nada) têm aquele cheiro peculiar de comidinhas deliciosas, mas que não são só comidinhas, são comidinhas de apartamentos, anote aí, porque eu descobri a fórmula mágica:

1. coloque num prato: arroz, feijão preto e carne com batata imperial do China in Box
2. esquente 1min45 no microondas
3. Pronto! :):):):):):)

eh!!!!!! e ninguém me ajudou!

9 de nov. de 2007

Listinha:

- Quando sorri com o cantinho direito da boca
- Quando sabe todas as músicas do mundo e diz que "tem um monte" que não conhece
- Quando pede mais arroz com o olhar
- Quando burla o sistema de segurança e coloca um Sucrilhos Brigadeiro escondido no carrinho
- Quando coloca meu cabelo sobre o rosto
- Quando respira, quando ama.
Se tivesse que escolher um último único toque, daria um beijo em seu olhar.
Tantas coisas acontecendo e tanto ainda por fazer. Nos caminhos de ida e volta, continuo me apaixonando por tudo o que me constitui, lembranças passadas ou platônicas. Vontade de me dar presentes em outros nomes, na praça da república comprar anéis, numa feira de rua de antigüidades comprar um prato, na banca de jornal comprar postais, num brechó comprar uma saia. Fico com vontade de me conhecer por fora e bater um papo, dizer as coisas que penso do que se tornou. Fico com vontade mesmo de me apaixonar pelos meus passos, cada leve movimento ou momento de estabanação. Acho mesmo lindo derrubar todo o arroz no dia em que o Copinho foi limpo. Acho mesmo lindo machucar quando só queria pular em cima.

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Meu pai costuma dizer "munaio" quando se refere a algo realmente grande: "Pesquei cada munaio!"

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Uma boa maneira de testar o relacionamento afetivo-amoroso é assistir "Tell me you love me". Ele pode se fortalecer com intervalos de "lagriminhas" ou definhar de vez.

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Classificar as pessoas é ruim. Mas deve ser necessário, senão não haveria tantos autores se dedicando corpo e alma. Jung estava errado.

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Ainda não contei que nossos peixes estão de paisagem nova! Eles agora passam o dia no parapeito da janela. Têm uma árvore enorme pela frente. Mas a árvore tem uma visão ainda mais privilegiada: leva a vida vendo o verdadeiro amor aparecer em atos (um e outro).

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Há um lugar entre eu e você que nos compõe. Ocupa a ausência de. Uniforme, pleno.

3 de nov. de 2007

As cores mudam tudo. Foi só trocar as pedras-parecendo-que-estavam-cada-dia-mais-sujas pelas pedrinhas brancas que Nosso Outro Peixe ficou muito mais feliz, e nós também.

E por falar, há uma completa desintonia entre minha freqüência e a da cor azul, qualquer que seja. Basta eu chegar perto para sentir a vibração contrária.

P.S.: Tenho o melhor marido do mundo...

1 de nov. de 2007

31/10

Coisas que tenho vontade de fazer:

- comprar diversos tecidos e mandar fazer vestidos, cortinas e toalhas de mesa, todos com florzinhas minúsculas e coloridas
- passar uma tarde com meu amor desenhando, pintando e criando coisas tontas para pendurarmos nas paredes ou
deitada sobre a grama olhando para o céu
- acordar cedo num sábado e sair por aí procurando ingredientes para fazer um almoço especial
- encher a casa de vasinhos de flores
- anotar num caderninho tudo o que eu preciso mudar no meu jeito de agir e pensar

Todas essas coisas são possíveis e factíveis. Quero começar ainda essa semana. Quero voltar a fazer coisinhas pequenas em prol do que eu gosto e acredito. Quero enfeitar minha vida de fora pra dentro e começar o movimento inverso. Preciso retribuir o que a vida tem feito por mim...

26 de out. de 2007

25/10

Passo o dia esbarrando nos objetos, trombando com as coisas, acumulando manchas e rancor. Já não conheço meus limites.

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26/10

"Alguma coisa mudou. Há uma mancha marrom na seqüência do que eu sou."

O motivo são os episódios de "Tell me you love me" e os gemidos da vizinha. Sonhei com sensualidade e acordei pensando nela. Logo à frente havia uma mulher de cabelos encaralodados loiros, blusa de lã pink, calça jeans e sandália rosa. Acompanhava seus quadris enquanto pensava no quanto não invisto minhas energias para tentar parecer atraente. Um homem vinha na direção contrária, mexeu com a moça e, quando se virou, foi conferir o restante. Fiquei curiosa para saber como ela era, e era feia. Tinha boca de "vocês sabem o quê".

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"Não pode existir tanta subjetividade assim: sonhei que estava tendo um pesadelo."

19 de out. de 2007

Essa é uma postagem-indireta pra "alguém" me dar presentes natalinos (além dos presentes de Natal, é claro)! :)









































8/10

Quem sabe um dia desperte com um beijo já acordado, uma palavra suave e um agrado qualquer?
Inicie o dia de trabalho com uma atenção voltada?
Seja interceptada a rotina da tarde, com uma ligação despretensiosa de amor?

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"Como foi seu dia?"

A conversa com os outros tem tão mais do que "Chatão!". Eu saberia ouvir. Eu tentaria trocar.

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Relatividade. Tudo e nada num curto intervalo. Hora de ouvir as velhas canções.

15 de out. de 2007

Vou deixar crescer, cortar em "v", pra você ver se gosta. Se não, eu troco, mudo tudo, fora e dentro, dentro e fora. Você nunca se decide mesmo...
...E cada verso meu será para te dizer
Que eu sei que vou te amar por toda a minha vida...
Acho bonito casais que compartilham vícios: que fumam juntos, que bebem do mesmo copo de cerveja ou whisky. O vício em si acho ruim, mas admiro a cumplicidade, o pacto implícito no ato. Nós não temos um. Mas você me ensinou a roubar seu copo de Feel Good. Me ensinou que tudo é cumplicidade. Há troca nos olhares, no inaudito. Só a gente sabe o que toca em cada momento...

Seis meses. Que fique instituído: dois pesos por semestre. Serão infindos quando nossos netos visitarem nossa casa.

14 de out. de 2007

Antes e depois!

Ele fala, pede, implora pra eu deixar ele em paz, mas eu nem ligo... no final, sempre dá certo! :)

Ela combina...






... e comigo também!
Para amanhã:

À primeira vista pode parecer pesado, estático, imutável. Mas traz tanta segurança, encantamento, beleza. Também é sensível, frágil, requer cuidado, zelo. Carrega em si mesmo um encontro único e irreproduzível, por intenção e pelo acaso.

De alguma maneira, o peso de papel representa nosso amor. Me faz lembrar a riqueza do que existe entre nós, eterno e, a cada novo olhar, surpreendente.

... não há tempo que desgaste nosso amor.
11/10/2007

Tudo o que é bonito é pra se mostrar. Falta apenas legitimar a beleza.



10/10/2007

Ritualizar o dia, cobrir com papel de parede do mesmo, não pensar. Fechar-se para o novo que descortina a cada olhar. Sobreviver. Quando uma saia estampada muda tudo. Inverte o fluxo de energia.

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No ônibus:
"Os pensamentos são as sombras de nossos sentimentos: sempre mias escuros, vazios e simples."
"Ninguém mais morre devido a verdades fatais hoje em dia; existem antídotos em demasia."
"Qual é o sinal da libertação? Não mais se envergonhar diante de si próprio."

Vez ou outra me envergonho por não pensar enquanto vivo.

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1. Tudo estava combinado: ele acordaria cedo no dia seguinte para tirar a segunda via
2. No dia seguinte, ele estava com sono, e não se levantou
3. Ela ficou nervosa
4. Ela quis mudar o ritmo das coisas e colocou uma saia estampada, que nunca veste
5. Ela percebeu que a bolsa estampada rosa não combinava com a saia estampada laranja
6. Ela pegou a bolsa preta que não usava há semanas
7. Ela chegou no trabalho e foi arrumar a bolsa
8. Ela achou a primeira via, esquecida e solitária
9. Ela pensou que, se deus existisse, poderia estar por trás das coincidências
10. Ela escreveu no blog dele o seguinte:
Silvia Fernanda:
"Deus está nas coincidências."

Se ele existisse, certamente teria arquitetado tudo para nós...

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Finalmente entendi porque muitos grandes, de tão grandes, tornam-se minimalistas. Há muito no não dito. A pena é que sem dizer, ninguém jamais saberá. A grandiosidade morre na mente do criador.

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É fato: mesmo formadas, as pessoas não sabem escrever. Fico especulando e retorcendo, tentando tirar gotas de motivos das histórias de vida. Justificativas que esclareçam como podem, equipadas com as regras do léxico, construir abruptamente um todo com partes que não ornam entre si. Elos fracos nos sentidos. E elas nem se dão conta. Estranho, muito estranho.

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Vim a saber que o traje "Passeio" é uma farsa. A pessoa que inventou isso certamente tinha uma vida tão infeliz, que jamais soube o que é passear sentindo vento no corpo. O que se salva é o "tenue de ville". Ah, isso sim é bonito!!! :)

Traje Passeio - é o antigo tenue de ville. O traje passeio é normalmente indicado para reuniões a luz do dia, e mais informais.

· Na prática significa, para os homens, um blazer com calça social, camisas em cores muito claras ou com listras finas e xadrez bem miúdo, gravatas mais divertidas enfim: é a gravata em sua versão informal.

· Para as mulheres: pantalonas, vestidos ou tailleur, sapatos de salto de médio para alto, bolsas médias (nada de sacolas ou mochilas) e um visual mais bem cuidado.

P.S.: No dia em que eu passear de tailleur com sapato de salto médio para alto, aí terei a certeza que tudo deu errado na minha vida.




09/10/2007

Até que ponto a sinceridade abre portas, e fecha outras? Até que ponto vale a pena fazê-lo?
Por onde eu entro em desespero. Por onde saio da zona de conforto.

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Ele espera todos os dias que meu cabelo cresça. É a espiral da vida. De volta ao início, nunca igual.



08/10/07


Quem já assistiu aquele filme "A viagem de Missoshiro"?

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Estava visitando as postagens antigas da amiga-que-não-conheço Lidimes ( http://www.emeponto.com.br/lidimes/) e de repente me deu uma vontade enorme de voltar a falar das cores e trivialidades de morar onde se ama e de amar onde se mora. Deu vontade de imitar e voltar a tirar fotografias dos pratos, das janelas, das paisagens, da vida.
Ela tem passado rápido, cada vez mais. As pendências se acumulam enquanto vira o mês. Eu vou fugindo, acobertando as coisas pra minha consciência, fingindo que está tudo sob controle e que tudo vai se resolver no final de semana seguinte. Bobagem. No fundo, estou me dando o direito de desfrutar das conquistas.

19 de set. de 2007

Quando chega o fim da linha não se tem muito pra onde ir. Na verdade, o pior não é ser o fim da linha, mas a dúvida se há de fato algo depois. É assim que estou me sentindo, como se o objetivo tivesse sido alcançado, como se agora fosse sentar e esperar, mas uma espera que não tem um objeto definido, é por si só.
Na rua, há muitos bichinhos nas luzes, alguns entram pela janela. Comprei ovos e frios para um omelete. Cheguei em casa faz pouco tempo e me deparei com a tal da espera. Mas pelo quê?
Há livros por ler, coisas por escrever, louça por lavar. Temos jogos novos no armário, mas a única vontade é repousar, respirar, comer quindim e deixar entrar um pouco de amarelo na conformidade que se tornou minha vida...

16 de set. de 2007

Cinco meses se passaram, mas nos esquecemos. Foi todo o tempo preenchido com o que havia de melhor em nós.

14 de set. de 2007

Logo no começo, pegamos nossas coisas, colocamos na mochila e saímos. Desde aí ficou claro que pra viver, era preciso muito menos que aquilo. Só precisava eu e você.

9 de set. de 2007

"Sonegar felicidade explícita". Lindo...
Lírios no corredor, Joss e ovos com bacon no café da manhã, chuveiro forte, garrafa d'água comprada e deixada no frigobar, não entrar com sapatos no quarto. São algumas das coisas que me lembraram você. Houve muito, muito mais...

27 de ago. de 2007

Viva a simultaneidade! Valorizemos suas tão raras aparições.

P.S.: Essa é só pro meu amor!

26 de ago. de 2007

Eu nunca estou sozinha. Dialogo com a menina de seis anos que tomava banho ao cair da tarde, antes de chegar o pai, no banheiro simples pintado meio-a-meio de azul óleo descascado, com cortina de plástico e vaso logo ao lado. Ela se divertia com o chuveiro e aprendia a lavar sozinha os cabelos. E isso tudo só foi possível pela combinação de Ox tangerina no contato com minha pele no momento exato do meu suor e cansaço.
Ela veio me visitar. Combinação que vale a vida. É a minha.
E faço da vida uma aventura sem tempo. Onde os maiores sonhos podem ser vistos no reflexo da janela.

E ele um dia apareceu... Apostou no escuro a nossa felicidade.

Nosso Peixe Ficou com ciúme do post anterior...

Apresentando, Nosso Outro Peixe :)

20 de ago. de 2007

Sem sono. Razão ao lado. Da vida e da insônia. Prospectos do dia que chega, devagar. Quando eu me deitar, será rápido, sei. Troca das palavras, fujo o olhar. Revelo, perdôo. Deixo perdoar.

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Quando é só necessidade e obrigação, faço o primeiro verso. Retiro vogais. Ordem indireta. Poupo adjetivos. Fica tudo no ar.
Nosso peixe estava triste. Nós também. Agora temos Nosso Outro Peixe.
Não escrevi nada para os quatro meses. Essa corrida maluca contra o tempo, que só quem trabalha, estuda, tem casa e cuida do jantar sabe como é. A homenagem esse mês não teve palavras, mas teve cuidados e afetos que eu tentei transmutar em gestos, nem sempre compreendidos, confesso. Isso também faz parte. Tudo agora faz, das pequenas às grandes coisas. Um dia de cada vez. O universo todo em cada dia. É assim que sinto com você.

12 de ago. de 2007

Há uma entidade escondida em cada chawan de missoshiro. Sua função é revirar o misso de forma caleidoscópica. Ao longo de anos, o movimento é sempre o mesmo e segue uma matemática universal.
A família Untem aumentou! Agora também mora no Copinho o Nosso Peixe! Ele é meio enjoado pra comer. Puxou a mãe :)

5 de ago. de 2007

Sim, eu sou pequena em minha mesquinhez, mas é que me irrita profundamente quando você pede uma porção caríssima de uma comida idiota qualquer e todo mundo pega.
Não precisei sair da cama para conhecer o melhor lugar, a melhor companhia, a conversa mais sincera e importante, o verdadeiro sentido. Não precisei de silêncio e paz. Não invoquei entidades nem cantei mantras. Não lutei uma vida inteira para encontrar, nem tive um insight qualquer. Foi ali mesmo, no tempo de um acordar e um deixar-se levar. Entre tantos atos. Juntos.

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E isso é todo dia, quando tempo há.
Algumas ruas têm cheiro de amaciante de roupa, que às vezes se entrecruza num outro doce abraço de guaco ou outro qualquer. Remete à lembrança que ainda virá, invertida num jogo de espelhos que nunca chega ao fim.

Rua Joaquim Távora, passos lentos, 19h45.

1 de ago. de 2007

Coisas da viagem =)))

Angioplastia: plástica no anjo.

Maior declaração de amor do mundo: "Te amo tanto quanto um prato de penne no hospital" - eu garanto, é impossível gostar mais!

O Astraprata, que também atende pelo apelido carinhoso de "Astrinha", tem um "ímã empurrador". Qualquer objeto que esteja à sua frente é instantaneamente jogado para o lado.

17 de jul. de 2007

Mimos pela manhã atrasada, que teve record de banho, café da manhã e beijo de despedida...

Você me diz que sou igual ventania
você me diz que eu sou igual ao trator
que puxa, tira, leva, arrasta e move
tudo que encontro eu quero logo amassar
o trator esmaga o sentimento
o amor não pode mais respirar
por favor, não quero o seu tormento
por favor, o que eu quero é amar
Eu fui então buscar no meu dicionário
que o trator vem do latim atraire
que a força que faz mover o meu mundo
é cativar, é seduzir, encantar
cativar sem fazer ninguém escravo
seduzir sem enganar ou mentir
e querer descobrir a maravilha:encantar quem já é dona de mim
Sou é sem jeito, esbarro no mundo
o meu mal feito é querer acertar
sou é poeta, sou garimpeiro
mas o meu ouro eu não pude achar
sou pescador que sonha seu peixe
eu sou um barco perdido no mar
o meu caminho, o meu desejo
é ser seu guia, seu porto, seu cais.

Trator (Flávio Venturini)

16 de jul. de 2007

Verde e cinza na janela. Ouço buzinas ao longe. Sobre a mesa, um note chamado Mumu destoa na paisagem bucólica. Talvez fosse um sábado chuvoso numa década qualquer. Eu, aguardando para o casamento de alguém; a roupa já passada sobre a cama. De tarde, depois do almoço. Louça já lavada, ou não. Estaria bem aqui, no centro de São Paulo. Estaria sem saber a imensidão de felicidade que circunda o perímetro do meu prédio. Estaria indiferente por não saber que, anos depois, uma menina chamada Fuda estaria no mesmo espaço-tempo compartilhado, escrevendo sobre a beleza da vida.
Não conto com o sofrimento. Já não me serve de guia. Na ausência, de tudo que poderia ser, de doces palavras e frases de efeito, retiro o substrato, faço representar tudo. "Te amo".

Urgência no corpo e paz no coração. Que permaneça.

13 de jul. de 2007

Primeiro era vertigem
Como em qualquer paixão
Era só fechar os olhos
E deixar o corpo ir
No ritmo...
Depois era um vício
Uma intoxicação
Me corroendo as veias
Me arrastando pelo chão
Mas sempre tinha a cama pronta
E rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão
Pra você ver
Que eu tô voltando pra casa
Me vê
Que eu tô voltando pra casa
Outra vez
Às vezes é tormenta
Fosse uma navegação
Pode ser que o barco vire
Também pode ser que não
Já dei meia volta ao mundo
Levitando de tesão
Tanto gozo e sussurro
Já impressos no colchão
Pois sempre tem a cama pronta
E rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão
Pra você ver
Que eu tô voltando pra casa
Me vê
Que eu tô voltando pra casa
Outra vez

(Lulu Santos - Casa)



Mas nem dá pra virar... não mais.


como num medidor do tempo, em que a areia passa de um lado a outro, sem se perder em nem um grão. ora paixão, ora tantas outras coisas. sempre juntas, sempre pendendo pra um lado. a loucura, é que a cada virada, aumentam grãos.

10 de jul. de 2007

Sentirei falta quando o vento soprar de não tão longe, ou quando as palavras saírem de prontidão, sem o cuidado de agora. Ou quando com frio, não se preocupar, nem sequer percebê-lo. Sentirei falta quando longe, o tempo não pesar, e quando perto, se arrastar.

Neste agora, é pouco o que eu não faça, por valor ao sentimento. Quando já for muito, já terá sido. Morrerei da falta.


2 de jul. de 2007

Da menina carente, “lá faz bastante frio”. Da menina que volta, “eles tratam todo mundo igual”. Da menina delicada, “eu não consigo pegar”. Da menina apaixonada, “quero uma dessas”. “Só depois que a gente tiver nossa casa”. Vou esperar.

28 de jun. de 2007

Tenho dormido pouco. O coração anda apertado de angústia e culpa. O tempo se revolta contra mim.

27 de jun. de 2007

Era pra ser só alguns cometários despretenciosos na hora do almoço, mas não foram. Tudo por causa da pobreza sinestésica dos meus amigos.


“Esse macarrão está com gosto de quando a gente queima alguma coisa em terreno baldio.”

“Vongole é horrível: parece que você deu uma lambida na areia do mar.”

“Esse suco de manga está com gosto de kani.”



Tudo tão natural...
"Põe na mesa. Depois dispõe."

26 de jun. de 2007

Sr. Escafandro no Copinho!
















Suquinho pra visita!
Demorou anos para que eu pudesse abandonar o cabelo repartido ao meio. Isso exigia uma audácia e autonomia que eu até então não tinha. Muitos dirão: "tornou-se como as outras". Respondo que os esquemas mentais sofrem modificações qualitativas.

25 de jun. de 2007

Não são todos iguais.
Tem a manga da camisa, dobrada em dois tempos. E o cabelo: “um pouquinho pra cima, o resto pro lado”. Tem também o olhar, o brilho. Tem um universo inteiro que cativa e apaixona.

15 de jun. de 2007

Diga-me qual seu tapete e eu te direi quem és.

O Floquinho é charmoso e simpático. Mas quer nunca mais sair de você.
O sol que bate na minha janela tem uma cor diferente das cores das outras janelas. Ele combina com a rede que combina com o passarinho. Se faz de desentendido e entra no quarto de dormir, pelas frestas. Infesta. Som e calor.
Não é só a roupa. São os barulhinhos, as palavras, os trejeitos. Os corações que passaram a bater no mesmo compasso.

Já são dois...

12 de jun. de 2007

De tudo que há, falo pouco. Poupo os momentos, preservo na memória. Guardo tudo de limpo e também o não tão puro. Dos momentos no escuro, guardo tudo. Só revelo o sentimento. Amor.
"Não morde meu olho."

4 de jun. de 2007

Finalmente volto. Descansada e fé renovada. Plantas quase morrendo, e-mails não lidos, muitos. Muito trabalho, mais ainda por vir. Mas volto com um novo olhar pra mim, pra vida. Nesse tempo, descobri que há um lugar, que na verdade pode ser qualquer um, O lugar, que justifica tudo, que compensa tudo.
São teus braços.

31 de mai. de 2007

28 de mai. de 2007

"Confusão mental" não diz tudo o que isso pode fazer. Não exprime como alguém pode ter a vida desfeita, os sonhos colocados à prova, as covicções perdidas.

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Corpo, sexo, orgânico, dor, morte. Tudo junto em turbilhão. Emoções e náusea a confundir o pensamento, que já não pensa, sufoca. Vai-vem incessante de lágrima e apelo. Chamada no escuro, ao vento. Som ao longe, no cômodo vizinho, solidão. Ninguém vem. Já é não.

15 de mai. de 2007

sinto pesar suas dúvidas, como o pesar que vem delas.
confiança.
entrega.
Hoje, aproximadamente 30 unidades de um tempo qualquer nos avisa que chegou o dia. Dia após dia nos é anunciado tantos outros 30.
Portaria, boa vista, dois banheiros, reluzentes baixelas. Opções, variedade. Cadeiras, muitas. Outro mundo, outra cor. Bege. Meu laranja não tem preço. Meu pequeno faz-se grande, porque é sonho conquistado ao alcance da mão, e do pensamento. Faz o desejo que se revela. Mostra como é possível viver.





10 de mai. de 2007

antes queria sabonetes artesanais, flores e folhas secas com essência de anis na mesa da sala, pratos decorados pra comer as coisas simples, borrifar algo bom nas fronhas dos travesseiros.

mas aprendi que não há cheiro melhor que o nosso, e as melhores peças são as que deixam ver o outro lado sem pinturas, sem encobrimento.

você, minha peça rara.

9 de mai. de 2007

do teu peso sinto ainda o gosto amargo, exposto a ferro. das palavras, sérias ameaças. range o muro. geme e desespera.

7 de mai. de 2007

admiração por tudo o que você faz, e bem. encantamento pelas palavras e músicas traduzidas ao pé do ouvido. amo como nunca. já não há pesar.

4 de mai. de 2007

Saudade do cabelo comprido.
Saudade do cabelo curto.
As calças da foto já não servem mais.
A caneca quebrou.
A pulseira e a aliança não são mais usadas.
A sandália gastou.
O creme foi trocado.
Estou feliz.


Na cabeceira da cama há dois livros por ler. Ao lado da cabeceira, duas pessoas por viver.
Viver de amor.
Comprei um creme hidratante novo. No começo, me passou despercebido, mas então notei. Tinha cheiro de infância, um dos tantos. Foi preciso 10 segundos, e tudo voltou: minha Cerejinha.

A touca ficava um pouco amassada, e as folhas no cabelo um pouco amuadas. Era a menos querida e nem por isso deixou de me fazer feliz, quase vinte anos depois.

Revivo tudo. Os sentimentos quase sufocam.
Phebo

Criado pelos portugueses Mário Santiago e por seu primo Antonio como um sabonete transparente, escuro, à base de glicerina, para concorrer com o inglês Pear’s Soap, de grande aceitação na época. Chegaram a uma mistura que envolvia óleo de pau-rosa, da Amazônia, e mais 145 essências, incluindo sândalo, cravo-da-índia e canela de Madagascar. Deram-lhe o nome de Phebo, o mesmo do Deus do Sol da mitologia grega, que irradia calor e energia. De Portugal, o produto viajava para o Rio e São Paulo e custava cinco vezes mais caro que os outros sabonetes vendidos no Brasil, o que dificultava as vendas. Só deslanchou mesmo quando a antiga loja de departamento Mappin encomendou várias dúzias do produto. A partir daí, a Perfumaria Phebo teve grande sucesso, com variações como colônia e desodorante e, além do tradicional Odor de Rosas, lançaram outras fragrâncias, como Patchouly, Naturelle e Amazonian. Tudo com a mesma base do original. Em 1988, a Phebo foi vendida para o grupo internacional Procter & Gamble e, em 1998, para a Sara Lee Household & Bodycare do Brasil. Atualmente, os sabonetes Phebo são produzidos em Belém do Pará, pela Casa Granado, para a atual proprietária da marca, que mantém o produto, tipografia e embalagem praticamente inalterados.

(retirado de http://www.mofolandia.com.br/mofolandia_nova/cosmeticos_banho.htm)

*****

Eu nem precisava saber que o primeiro sabonete que eu comprei pro Copinho tem a mesma constituição que tinha nos anos 30. Todas as memórias estão lá, contidas, a desgastar a cada dia, e a perpetuar na história. Guardei a embalagem, quero colocar na parede. Certas coisas são inexplicáveis, e são pra vida toda. Mais que isso, são pra várias vidas.

27 de abr. de 2007

Houve um tempo em que, na contramão da normalidade, torcia pelas segundas-feiras. Contava os minutos arrastados dos sábados e domingos, pra voltar a reviver com o início de mais uma semana.
Passou, como passam ilusões, algumas delas.
Empurro agora o tempo, tento ajudar, insistir. Já não há sentido onde antes havia. Tudo se perdeu, e volta em conversas poucas sobre uma solução tecnológica qualquer.
É a história do olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Jogar fora o tempo, ou aproveitar o que ainda resta?

25 de abr. de 2007

18 de abr. de 2007

Você percebe que está virando gente grande quando:
- antes de chegar em casa, compra bifinhos
- tem que se queimar toda pra fritar o bife
- não lava a panela onde fritou o bife pensando na sopa que pode fazer nela no dia seguinte

(tirando o bife...)
- gasta parte da sua manhã tirando o lixo do cestinho
- compra adaptador de tomada para a máquina de lavar
- passa o almoço falando das vantagens do liquidificador com filtro

12 de abr. de 2007

Saí do copinho às 6h38
Peguei o ônibus às 6h43
Desci do ônibus às 6h52
Bati meu cartão às 7h03

Comparação rápida com a rotina até ontem:
Saía de casa às 5h10
Pegava o ônibus às 5h20
Descia do ônibus às 6h

Pega outro ônibus às 6h10
Descia do outro ônibus às 6h38
Batia meu cartão às 6h45


Sim, sim, alguma vantagem! Estou transbordante. Pra melhorar, vesti hoje uma blusa que roubei da Bruna, do Snoop. É vermelha de manga azul, e como eu nunca uso cor nenhuma - ou seria alguma - (a não ser branco, preto e verde) pareço mesmo mais alegre!

Chegou também minhas primeiras contas a pagar: condomínio, IPTU e despesas bancárias + conta de luz.

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E pode até parecer estranho, mas assim que entrei no Copinho o Gelinho, o Fogãozinho, a Lava-Lava e as Paelinhas me deram "Bom dia" em uníssono!

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Tenho o chaveiro de fuxico mais lindo do mundo!

11 de abr. de 2007

tataebifinho.setfocus
"Onde se ganha o pão não se come a carne"

A tatá é mesmo demais!

P.S.: não teria mesmo muita carne pra comer...
Agora estou feliz. A Tatá diz que é porque hoje estou vestida de "silvinha". Acho que é também, mas tem várias outras coisas. Consigo ver o cenário de playmobil que eu criei. Consigo perceber que nada é real. Começo, depois de 25 anos, a querer experimentar outra coisa que não trident de cereja. Me lanço pra vida, sem medo de macular a história. Estou encantada com minha incrível beleza, e com a de tantas (poucas, bem poucas) outras pessoas. Vínculo, elo de ligação. Como eu disse, essa fase de encantamento é muito boa. Estou lendo sobre psiquiatria. Voltei a usar pó compacto. Pequenas coisas, mas grandes. Agora estou feliz.


10 de abr. de 2007

Em 06/09/2005, eu escrevi:

"... queria tanto ter meu apartamento, e mesmo coisas pequenas... queria ter meus livros, meus CDs, queria poder me vestir melhor, cuidar mais de mim, mas não tenho condições... queria poder dar uma vida melhor pra minha mãe, ajudar minha irmã, cuidar do meu cachorro, e tudo o que faço é pagar minha maldita faculdade, ganhando menos do que um web-designer, e sem nenhuma perspectiva, nenhuma..."

Hoje, 10/04/2007, pouca coisa mudou. As pequenas coisas parecem maiores. Mas já não pago a faculdade. Pra parar e pensar.
Já não jogo mais peteca. O céu de injustiças ficou baixo demais. Os momentos felizes, ficaram pra depois.



Deixe que eu sinta teu corpo
Que eu beije teu corpo
Teus lábios de mel
Deixe que eu te abrace agora
Que a noite lá fora ficou pra depois

9 de abr. de 2007

Cabelos ainda molhados, chinelo. O minhocão, de feio, pode ser poético. Nos prédios germinados imagens talvez de nossa senhora, luz vermelha, luz verde. Estava no centro de tudo, que já posso chamar de meu. Sentar no banco cinza nunca teve aquele sabor.


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O jantar recém-feito do vizinho é sempre mais saboroso. O apartamento simetricamente oposto, também. É como olhar no espelho e não se saber imagem ou real.

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Minha fechadura tem 60 anos, logo, é de 1947 (precisei da calculadora pra fazer essa conta, claro). Isso é digno de orgulho trivial.

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Minha área de serviço tem compartimento para jogar lixo, que a gravidade se encarrega de levar até lá embaixo. P.S.: Pena que está lacrado :(

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Minha sala transforma qualquer pessoa em mosquitinho-de-verão: é impossível explanar o ambiente sem ficar vidrado na lâmpada branca.

3 de abr. de 2007

"Pessoa"

Apesar do tempo, não desisti de você. Tem coisas que nunca mudam, apesar de outras que mudam, e muito. Estou tentando me transformar numa pessoa melhor pra aceitar as diferenças e me reaproximar. Gostaria que também estivesse aberta pra mim...

Chaves da vida nova anunciada em mãos, como o coração. Sonhos recorrentes. Medos noturnos chegam rápido e parecem não sair; antes, de morte, agora, de abandono.

Tudo novo e movediço, pra mim, que sempre prezei o certo.

23 de mar. de 2007

No ônibus, li: "Carteira de estudante da Une/SPtrans é tudo".
No meu Toddy, li: "Chocolate [...] o sabor que liga".

Me perguntei o que é tudo e o que se liga onde. Acho que o alvo dessas mensagens as entendem bem.
Preferia os jovens do início do século XIX que se alimentavam de literatura e morriam aos 19 anos de tuberculose. Sua magnitude não está tanto no que liam ou escreviam, mas em se permitirem a morte mais digna que um ser humano pode ter: morriam de amor.

22 de mar. de 2007

Fuda-mãe pediu um strudel de maçã com café expresso pequeno.
Fudo pediu uma água com gás salgada.
Fuda pediu um suco de laranja.
Todos levamos empadas de palmito pra comer em casa.
A Iracema da Angélica é a padaria onde todos os dias eu quero tomar café da manhã, feliz por estar no melhor lugar do mundo pra se viver: o cenário dos meus sonhos, meu centro.


Sonhei que os talheres que eu escolhi, de perto, eram de péssima qualidade. Sonhei que beijava muito meu amor, muito, desesperadamente. Sonhei que era hora de acordar. Acordei, e eram 3h30. Sonhei que não conseguia dormir, então mudei de lado na cama e sonhei que conseguia.

19 de mar. de 2007

Ouvi uma música que ouvia com meu pai quando era criança e me emocionei, como se ele já tivesse partido, e por um instante me arrependi da distância entre nós que eu criei.

quando a gente ama qualquer coisa serve para relembrar
um vestido velho da mulher amada tem muito valor
aquele restinho do perfume dela que ficou no frasco
sobre a penteadora mostrando que o quarto
já foi o cenário de um grande amor

e hoje o que eu encontrei me deixou mais triste
um pedacinho dela que existe
um fio de cabelo no meu paletó

lembrei de tudo entre nós, do amor vivido
aquele fio de cabelo comprido
já esteve grudado no nosso suor.


Músicas bregas de amor só são sentidas por quem verdadeiramente sofre.

16 de mar. de 2007

Uma máquina de lavar pode pôr por água abaixo um apartamento numa rua tranquïla, com teatro e escola; um apartamento claro e ventilado, com armários dentro das paredes e olho mágico inatingível.

14 de mar. de 2007

Coloquei na ponta do lápis: vão sobrar R$ 30,00 no final do mês, mas tudo bem. Ainda que não venha enrolada em laço de fita e papel de seda, será um esperado presente.

13 de mar. de 2007

Eu só posso dizer que nesse meu mundo de ilusões, tudo é percepção e sentimento

E que minhas pequenas (e poucas) alegrias, são uma compensação pro sofrimento da vida que eu não entendo.

Ontem li uma frase:

"Somente uma vida vivida para os outros é uma vida com valor." (ou algo assim)


Talvez agora as coisas comecem a ter um sentido. A vida começa a tentar me fazer feliz.
Ontem também dei um passo. Será uma longa caminhada.


9 de mar. de 2007

Tem coisas que não mudam...

Hoje, no aniversário de uma das minhas grandes paixões, queria estar com você, e estar nela também.

Queria ser seu noivo, e te fazer uma surpresa.
Queria te levar pro alto do Terraço Itália e te pedir em casamento.
Queria te presentear com um chapéu de época, usado entre as décadas de 40 e 50.
Queria te levar pra comer um lanche de mortadela no Mercado Municipal
Ou ainda, numa cantina do Bexiga.
Queria te pegar no colo, e te girar no centro da Praça da República.
Queria te dar um apartamento no Copan.
Queria te dizer que meu amor é tão grande quanto essa cidade.

(mandei esse e-mail no dia 25/01/2006)

8 de mar. de 2007

Tanta coisa pra contar sobre presentes que estou preparando, fotos que estou tirando e sensações que estou tendo. Mas isso é mais importante: http://www.glumbert.com/media/dolphin

28 de fev. de 2007

Hoje talvez eu tenha visto o céu mais lindo da minha vida. E eram dois, um estava refletido.

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Vim ouvindo Diana Ross. Um dos segredos da paixão é o mistério.

26 de fev. de 2007

Hoje as avenidas estavam com plaquinhas novas, de fundo branco. Não sei se gostei.

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O cheiro estava idêntico ao daquelas manhãs em que se acorda cedo para ir a uma consulta médica, e se chega ao local antes do sol começar a esquentar. Era exatamente assim: sombrio, frio e matinal.
Há, chutando baixo, 60 modelos diferentes de toalha de banho disponíveis atualmente no mercado.


23 de fev. de 2007

Janaina acorda todo dia às quatro e meia
E já na hora de ir pra cama, Janaina pensa
Que o dia não passou
Que nada aconteceu
(Biquini Cavadão)

Pobre Janaina. Não aproveita a vida. E todos se aproveitam dela.

22 de fev. de 2007

Eu adoraria ganhar 174 docinhos. 174 sainhas. 174 all star. 174 xicrinhas. 174 pesos de papel.

Eu adoraria ganhar felicidade e realização travestida em números. Por enquanto, ela está estampada em uma moeda de 174 cents.

16 de fev. de 2007

Cheguei no Senac feliz, transbordante. Tomei café fazendo menos careta. Dei risadas sinceras de coisas que antes me fariam sair. No fundo, é aquela risada exagerada que termina em lágrima.

15 de fev. de 2007

vidrinho
cisquinho
estrelinha longínqua
são todos tão pequenininhos.
tão grande é sua luz na escuridão.

Álbum de família (que a gente escolhe)









Detesto de morte essa música "ciranda de bailarina".

Só uma parte se salva, porque do resto, sou bailarina.

Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem
Depois de tantos e tantos anos, finalmente tenho um Leite de Aveia Davene. Esperei muito por isso, pra ter o cheiro da minha tia quando eu ía brincar com os brinquedos do meu primo rico. Ele tinha um robô na sala, e nem se dava conta. Num dia ela me deu uma revista de atividades da Disney, acho. Sei que tinha capa azul, e o Vinícius era muito pequeno pra entender. Ele tinha rabiscado umas páginas. Fiquei feliz. Tanto quanto ficaria hoje, se ganhasse algo pra colorir ou pra ligar os pontos. Tinha um carpete. Tinha uma caixa de brinquedos. E a cozinha um pouco triste, com os pisos e azulejos num tom amarelo-alaranjado. Ela na pia, eu, entrando e saindo, vendo de fundo a casa da minha vó, com a luz da cozinha acesa, mas todos na sala, assistindo a novela e o jornal. Cair de noite. Vozes do coral da igreja vizinha. Sempre tudo igual, até hoje. Mas agora, o cheiro de Aveia também está em mim. Eu levo tudo isso pra onde quer que eu vá.

13 de fev. de 2007

Se no intervalo desta volta fosse percebido que tudo é um constante acabar. Que nada sobra, senão lembranças.
Se tudo pudesse ser feito em cada tempo, jamais desperdiçado.
E fosse finalmente compreendido que daqui, nem mesmo as lembranças que sobram se leva.
Do fluido das percepções, alguns vez ou outra sentem os respingos.
Eu tenho corpo e mente imersos.
Quando uma lembrança jamais vivida de sacada de prédio alto faz sorrir a alma triste.
Descobri que, quando mastigo, minha mandíbula faz movimentos no sentido anti-horário (se eu estiver me vendo no espelho) e horário (pra quem está me vendo de frente). Já tinha parado pra pensar nisso antes, mas muito vagamente. Acho que a pricípio, se eu tivesse que animar um bonequinho 3D pra mastigar, faria movimentos só de cima pra baixo, e não circulares. Agora já sei como funciona.


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Algumas pessoas estão tentando abrir meus olhos pra vida. Não sei o quanto estão certas de acharem que estão fechados, ou o quanto estou errada de ainda não ter percebido isso, ou ainda, o quanto estou errada por, sabendo que estão fechados, insistir para dormir mais um pouco.


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Mulher linda é outra coisa...

Não trabalhar tem um efeito poderoso na trajetória de uma vida. Primeiro de liberdade, de merecimento, de possibilidades. Depois de paralisi...