Sinestesia
A Estação de Metrô da Penha, mais especificamente a rampa que leva das catracas do Metrô até as plataformas internas de ônibus, entre as 17 e 18h, tem o cheiro único das crianças brincando em seus quintais no cair da tarde. As crianças que ainda não vão à escola, e que brincam nos quintais, solitárias, enquanto suas mães fazem a janta. Também as crianças que estudam à tarde, e estão voltando da escola, e abrem o portão, e inspiram o cheiro que irá mudar suas vidas tantas vezes depois.
É um cheiro único, de tarde que teve dia quente, sol, e que começa a se guardar. Cheiro de uma felicidade triste, morna e muito, muito saudosista.
O cheiro que tinha a minha casa, até os meus cinco anos, em que eu brincava sozinha no quintal, enquanto minha mãe fazia janta.
Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
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