Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
16 de jul. de 2011
A lente não deixa ver bem de perto. Faz pensar o ato de ver, que não deveria ser. Deveríamos poder ver sem pensar no ver. Viver sem pensar no viver. Apenas seguir adiante. Mas a lente, de perto, não deixa ver bem. Ela lembra que há um intruso entre o que sou e a vida. Que há um intruso a modificar, a tipificar, a categorizar o olhar sobre o mundo como "não bom". Talvez seja até bom. Talvez possa vir a ser. A lente deixa ver bem de longe. Saem os anteparos e já nem penso. Pensar é trazer pra perto. E a lente não deixa ver bem de perto. O longe? Melhor não pensar.
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