MissPlic
Paramos em frente à casa de uma atriz que iria nos receber para uma entrevista. Ela era de origem humilde, muito simples ainda, apesar da fama. Era uma casa antiga, pintada de verde escuro, três andares, uma escadaria fina e irregular que levava ao alto. Ela desceu com um cachorro, e eu, olhando para o alto, vendo a casa, chorava desesperadamente, porque não tinha uma, porque queria ter uma casa para morar no centro, uma casa antiga, como aquela, ou muito menor do que aquela, e isso estava muito, muito longe de mim, porque eu ganhava mal, muito mal, e jamais conseguiria.
Depois saí correndo, seguindo uma amiga, por um lugar muito, muito, muito grande, escuro, com algumas colunas. Eu não conseguia alcancá-la. Era uma espécie de museu, mas estava vazio. Uma madre veio ao nosso encontro, dizer que não podíamos estar ali. Ela nos levou para uma lojinha, e perguntou meu nome e meu endereço. Ela pediu à vendedora um papel especial, onde os escreveria para uma espécie de proteção para mim. Enquanto isso, com mais duas colegas, escolhia, dentre muitos, o incenso do meu signo. Quando encontrei, não gostei, e escolhi um outro.
Fim.
Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
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