29 de dez. de 2006

Ah, mas fiz algo grandioso. Joguei fora a materialização dos meus quatro anos de faculdade. Todas as xérox, folhas de fichário, pastas, provas, trabalhos. Joguei fora parte das minhas lembranças que já nem eram lembradas. Aliviei minha escrivaninha pra outros tantos papéis que serão jogados fora daqui há seis anos. Me desprendi de algo que não sinto falta. Um tempo meio triste e cinzento da minha vida. Me lembro de chorar muito. Me lembro de ser maltratada no trabalho, de levar muito tempo pra chegar em casa, e de chegar depois da meia noite. Mas lembro também dos amigos, que hoje só restam poucos, bem poucos. Dá pra contar em dois dedos, talvez um. Sim: um dedo. Esse é o retrato do que restou.
Mas teve uns textos que não tive coragem de deixar partir. Falam sobre inteligência artificial. "Podem as máquinas pensar?" Na época essa pergunta mexeu comigo. Hoje me pergunto se pode um ser humano não pensar. Tenho acreditado cada vez mais que sim.

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