15 de jan. de 2007

Ainda na cabeça a imagem das camas, escadas, bancos e tubulação mal cuidada. A vista alta de verde triste. O ar de outros tempos. A sensação que não se explica. Tudo relata dor e morte. Tantas e sobrepostas, a esconderem-se nas paredes e chão sempre a lavar. Na mobília arranhada, parte da história. Quantos já se deitaram. Quantos jamais saíram, ou sairão. Visita, breve recontato. Os movimentos chocam. Choca tudo o que é duro e frio, na mistura de carne e ferro, cimento e ar.
Nostalgia mórbida nos armários verde-claro. Contato gélido das manivelas dos leitos. Tudo está em Itaquera, no hospital Santa Marcelina.

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