Não tenho vidas paralelas, paralelo-me, e cada coisa a seu modo e a seu tempo tem a meu respeito uma visão. É certo que minhas plantas nutrem hoje por mim muito mais carinho do que sobrou em outro. E é certo também que eu guardo por elas exímia admiração. Estão sempre a sorrir e sempre, sempre à disposição para um toque sincero.
3 de jan. de 2007
Descobri ontem que todas as casas do bairro da minha avó fazem a comida com o mesmo cheiro da que ela fazia há vinte anos. Hoje ela já não cozinha mais, mas sentir aquele cheiro de novo por três segundos fez valer qualquer coisa. Voltei no tempo, no quintal cheio de árvores que me viu crescer. Eu, brincando ao cair da tarde. De repente o cheiro muda tudo. Fiquei extremamente feliz em andar por aquelas ruas de casas pobres. Eu já não me importava. Hoje, sou eu quem entra na padaria pra comprar alguma coisa. Eu pago com meu próprio dinheiro. Posso comprar os doces e sorvetes que eu quiser. Eu já alcanço no balcão. Eu sou vista. O morro em frente à casa também desaparece. Ele nunca esteve ali. Só há uma linda praça com grama. Um quintal do tamanho de um mundo. E uma saudade pra matar.
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